Comitiva de senadores teve que se abrigar pela segunda vez em aeroporto na Venezuela

Desta vez, um túnel estava sendo lavado o que impediu a passagem dos parlamentares brasileiros

Marcelo Ernesto
- Foto: Reprodução/Twitter

A comitiva de senadores brasileiros que viajou à Venezuela teve que voltar, mais uma vez, ao aeroporto de Caracas por causa dos protestos pró-governo de Nicolás Maduro. Segundo o senador Aloísio Nunes (PSDB), depois de quatro horas aguardando no terminal, os parlamentares foram em direção ao presídio Ramo Verde, onde está preso Leopoldo López, adversário de Maduro, mas encontraram obstáculos pelo caminho. “O túnel que dá acesso ao presídio está fechado. Motivo? Está sendo lavado. Isso impediu, de novo, nossa viagem. Voltamos ao aeroporto”, informou em seu perfil no Twitter.

Mais cedo, Nunes já havia dito que, caso a visita não tivesse êxito, a comitiva voltaria ao Brasil e pressionariam a presidente. “Tentaremos cumprir nossa missão.
Se não der, voltaremos ao Brasil e continuaremos a pressionar Dilma para subir o tom em relação à Venezuela”, postou.

A comitiva de senadores que viajou à Venezuela ficou sitiada a um quilômetro do aeroporto de Caracas nesta quinta-feira. “Manifestantes pró-governo venezuelano estão obstruindo toda a pista. É realmente de uma petulância e prepotência. Pior que qualquer ditadura da África”, afirmou o senador Ronaldo Caiado (DEM), um dos parlamentares que integram a comitiva. Segundo ele, foram arremessadas pedras no ônibus em que os senadores estão.

A comitiva dos senadores está na Venezuela para prestar solidariedade aos políticos de oposição presos pelo governo do presidente Nicolás Maduro. O senador Ronaldo Caiado (DEM) contou que o embaixador do Brasil naquele país, Ruy Pereira, recebeu os senadores no aeroporto, mas foi embora.

O senador Aécio Neves também relatou o episódio. “Estamos em Caracas, sitiados em uma via pública. Nossa van foi atacada por manifestantes”, afirmou em seu perfil no twitter. “Estamos aqui para defender a democracia e até agora o governo venezuelano tem demonstrado pouco apreço por ela”, completou.

“Não conseguimos sair do aeroporto.
Sitiaram nosso ônibus, bateram, tentaram quebrá-lo. Estou tentando falar com o presidente Renan”, disse Caiado, referindo-se ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Além de Ronaldo Caiado (DEM), participam da comitiva os senadores ambém estão na comitiva Cássio Cunha Lima (PSDB), José Agripino (DEM), Ronaldo Caiado (DEM), Ricardo Ferraço (PMDB), José Medeiros (PPS) e Sérgio Petecão (PSD).

Ainda segundo o senador Aloísio Nunes Ferreira, cerca de 200 pessoas atacaram o ônibus. “Jogaram pedras, deram pontapés no ônibus”, contou. Ele afirmou que, apesar das agressões, ninguém está ferido e a polícia está garantindo a segurança dos parlamentares. Ainda segundo Nunes, o embaixador do Brasil já está ciente do episódio e entrou em contato com o governo venezuelano para garantir a integridade deles.

 Com informações de Isabella Souto
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