Brasília, 18 - Após o grupo de senadores da oposição ser hostilizado na Venezuela, parlamentares da base decidiram formar uma nova comitiva para viajar ao país vizinho. A proposta foi aprovada pelo plenário do Senado nesta quinta-feira, 18, mas a viagem ainda não tem data para acontecer.
O requerimento foi assinado por senadores com pensamento mais à esquerda, que historicamente adotam uma postura de defesa ao regime chavista, como Lindbergh Farias (PT-RJ) e Vanessa Grazziotin (PC do B-AM).
Apesar de esses senadores criticarem a agressão à comitiva de senadores que desembarcou nesta quinta em Caracas, eles argumentavam que era preciso levar em conta o clima de tensão política que vive o país vizinho e, também, que os parlamentares brasileiros não haviam agido com "imparcialidade" , já que a comitiva não procurou estabelecer pontes com o governo de Nicolás Maduro.
"É preciso que o Brasil e os parlamentares do Brasil também se disponham a conversar com os dois lados, para garantir o processo democrático e, principalmente, a realização das eleições", disse Lindbergh.
O objetivo dos senadores brasileiros era prestar solidariedade aos presos por fazer oposição ao atual governo. Ao desembarcarem em Caracas, o ônibus que levava o grupo para visitar o oposicionista Leopoldo López na cadeia foi rodeado por ativistas em Caracas. Diante da confusão, eles tiveram de voltar ao aeroporto.
Nesta quinta, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), condenou o que chamou de "manifestações incivilizadas e medievais" contra o grupo de senadores brasileiros e cobrou uma posição do governo brasileiro sobre o assunto. O peemedebista conversou com a presidente Dilma Rousseff pelo telefone e teria sido informado que ela estava tomando "providências" sobre o assunto.