Um grupo de oito senadores foi encurralado na chegada ao país vizinho por militantes pró-Maduro. Sem conseguirem se movimentar, os senadores decidiram voltar ao Brasil depois de cinco horas e de duas tentativas frustradas de sair do aeroporto metropolitano em direção ao centro da capital Caracas, a 21 quilômetros dali.
"Houve uma ação deliberada do governo venezuelano, como lá percebíamos, mas agora também do governo brasileiro, para expor uma delegação oficial de senadores, que nada mais fazia que prestar solidariedade aos presos políticos e defender a democracia na Venezuela", acusou Aécio, em entrevista coletiva.
O presidente do PSDB disse que os representantes do Itamaraty abandonaram os senadores da comitiva à própria sorte, embora, segundo ele, tivesse havido uma promessa do embaixador do Brasil na Venezuela, Rui Pereira, de colocar à disposição integrantes da chancelaria para acompanhar a delegação durante a viagem. Para o tucano, não há nenhuma dúvida de que a Venezuela não vive uma democracia.
O presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE), senador Aloysio Nunes Ferreira (SP), insinuou que foi a presidente Dilma Rousseff quem deu a ordem para que a delegação do Senado não fosse acompanhada. "É evidente que foi decidido pela própria presidente Dilma, que tem simpatia pelo governo da Venezuela", criticou.
Integrantes da oposição anunciaram que vão apresentar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para trazer para o Congresso Nacional a prerrogativa de suspender acordos do Mercosul em caso de descumprimento das cláusulas. Vão também apresentar pedidos de convocação do chanceler Mauro Vieira e do embaixador brasileiro no país vizinho.
"A Venezuela não tem condições de permanecer no Mercosul enquanto não restabelecer a democracia", afirmou o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO). "Os energúmenos não nos intimidaram", disse Aécio. "Esse conluio é canalha", criticou o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), integrante da comitiva..