O ministro Mauro Vieira telefonou na manhã desta sexta=feira para sua colega para pedir informações sobre o episódio. Já a embaixadora no Brasil ficou de consultar primeiro o governo venezuelano. Oficialmente, o governo brasileiro disse que ainda avaliará os esclarecimentos que serão prestados pela Venezuela para definir seu posicionamento.
Ontem, uma comitiva de senadores de oposição liderada pelo senador tucano Aécio Neves desembarcou em Caracas para visitar políticos presos pelo regime de Nicolás Maduro. Os parlamentares brasileiros não conseguiram cumprir o objetivo da visita depois que a van em que eles estavam foi cercada por militantes pró-governo.
Um porta-voz do Itamaraty esclareceu nesta tarde que o governo brasileiro prestou apoio logístico à comissão externa de senadores em Caracas, com oferta de avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e autorização do governo venezuelano para a missão parlamentar e seu acesso à penitenciária de Ramo Verde, onde estão presos os líderes oposicionistas do país vizinho. A agenda, destacou o Itamaraty, foi estabelecida pela comissão de senadores e não pela embaixada brasileira, que só forneceu apoio logístico.
O Itamaraty informou que o embaixador brasileiro na Venezuela, Ruy Pereira, recebeu a comitiva no aeroporto, mas que seguiu o trajeto em carro separado porque não estava prevista sua participação na visita programada pelos senadores. Assim como os parlamentares, o embaixador também ficou preso no congestionamento e voltou com o grupo para o aeroporto quando foi decidido o retorno dos senadores ao Brasil.
O Ministério das Relações Exteriores evitou comentar a missão dos senadores de oposição e disse que cabe ao governo venezuelano avaliar se houve ingerência dos parlamentares em questões políticas internas daquele país..