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Estado de Minas

Baixa popularidade de Dilma reforça ataques da oposição

Queda na popularidade da presidente Dilma renova o fôlego dos adversários. Datafolha mostra o senador Aécio Neves com 10 pontos à frente numa eventual disputa pelo Planalto


postado em 22/06/2015 06:00 / atualizado em 22/06/2015 07:34

"Isso é fruto da enganação, da mentira, que foi a marca da sua campanha à Presidência, reconhecida inclusive pelo ex-presidente Lula" . Aécio Neves (PSDB-MG), senador (sobre a queda na popularidade de Dilma) (foto: George Gianni - 14/4/15)

Brasília – A oposição comemorou ontem os resultados da pesquisa Datafolha que retratam queda na popularidade da presidente Dilma Rousseff e mostram o senador Aécio Neves (PSDB-MG) 10 pontos percentuais à frente do ex-presidente Lula numa eventual disputa ao Palácio do Planalto.

Presidente do PSDB, Aécio afirmou que qualquer cenário eleitoral neste momento é “prematuro”, mas disse estar “grato” pelo reconhecimento da população ao seu nome. Apesar da aparente disputa interna no PSDB sobre o futuro candidato do partido nas eleições de 2018, Aécio disse que essa não é a “agenda” dos tucanos neste momento.”Nas eleições, ao contrário do que especulam, o PSDB estará unido”, afirmou.

Aliados do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) já articulam sua candidatura à Presidência em 2018, embora Aécio seja apontado como o “candidato natural” da sigla depois de ter se aproximado de Dilma no segundo turno das últimas eleições. O presidente do PSDB trabalha nos bastidores para disputar o Planalto, mas enfrenta resistências do grupo de Alckmin – que promete insistir na pré-candidatura do governador.

Na simulação de eleição para presidente da República feita pelo Datafolha, Aécio alcançou 35% das intenções de voto, o que lhe garante a liderança da corrida com 10 pontos de vantagem sobre Lula. Em terceiro lugar, com 18% das intenções de voto, aparece a ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (PSB). Luciana Genro (PSOL), o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), e Eduardo Jorge (PV) alcançaram 2% cada um. Aécio, Marina, Luciana Genro e Eduardo Jorge concorreram à Presidência no ano passado, mas foram derrotados pela presidente Dilma Rousseff, reeleita no segundo turno contra o senador tucano. No levantamento do Datafolha, 11% disseram que votariam em branco, nulo ou em nenhum dos nomes apresentados. Outros 5% afirmaram não saber em quem votar

POPULARIDADE Sobre a queda na popularidade da presidente, Aécio disse que Dilma “colhe o que plantou” ao atingir uma inédita avaliação negativa perante a população brasileira. “Isso é fruto da enganação, da mentira, que foi a marca da sua campanha à Presidência, reconhecida inclusive pelo ex-presidente Lula. Não é algo de classes, mas um cenário que se reflete em todas as regiões do país”, disse o tucano.

Entre congressistas da oposição, a avaliação é que as críticas feitas por Lula à petista durante encontro com religiosos, na semana passada, contribuem para o “péssimo momento” vivido pelo governo. Líder do PSDB na Câmara, o deputado Carlos Sampaio (SP) ironizou as palavras do petista, que disse que Dilma está em “volume morto” e o PT “abaixo dele”. “Acho que, pela primeira vez, vou concordar com tudo o que Lula disse”, afirmou Sampaio. Para Aécio, a “conta chegou” ao governo por ter colocado os interesses da população em segundo plano.

O deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), vice-líder do PSDB, afirmou que os resultados da pesquisa mostram o sentimento de “decepção e arrependimento” dos brasileiros em relação à petista. “Ao contrário do que prometeu na campanha, ela está entregando um pacote de maldades ao país – com aumento de impostos, dos combustíveis e das contas de luz, e corte nos direitos trabalhistas, justamente no momento em que a economia está à beira de uma severa recessão, com inflação alta, queda na renda e aumento do desemprego. Dilma é uma farsa”, afirmou Leitão.

Em defesa de Dilma, o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) disse que os resultados da pesquisa apenas refletem um “momento específico que será revertido” pela presidente.

Segundo o Datafolha, a presidente chega ao final do primeiro semestre avaliada como ruim ou péssima por 65% do eleitorado, um novo recorde na série da pesquisa desde janeiro de 2011, início de seu primeiro mandato.


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