O nome dele foi incluído na lista vermelha da Interpol, a Polícia Internacional, que mantém representação em 181 países. A medida limita os deslocamentos do alvo. Se ingressar em território que integra a comunidade policial, Freiburghaus pode ser detido. A pedido do Brasil, a Suíça investiga o suspeito por lavagem de dinheiro, mas não fez nenhuma ação para prendê-lo.
Nascido no Brasil e filho de pai suíço, Freiburghaus foi um dos alvos da nova fase da Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras. Ele foi um dos investigados que teve mandado de condução coercitiva decretado pela Justiça Federal. A PF esteve nos endereços indicados, mas não encontrou o suspeito nem sua empresa. Após a deflagração da Lava Jato, ele deu baixa no passaporte brasileiro e mudou para a Suíça, da qual também é cidadão.
"Para nós ficou bem caracterizado que ele (Freiburghaus) deixou o País em função da Operação Lava Jato", afirmou o delegado da Polícia Federal Igor Romário de Paula.
"O operador por ela (Odebrecht) contratado para o repasse da propina e lavagem de dinheiro, Bernardo Schiller Freiburghaus, destruía as provas das movimentações das contas no exterior tão logo efetuadas e, já no curso das investigações, deixou o Brasil, refugiando-se no exterior, com isso, prejudicando a investigação em relação as condutas que teria praticado para a Odebrecht", afirmou o juiz Sergio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato, ao decretar as prisões executadas na sexta-feira.
Cinema
Nesse domingo, o doleiro foi ao cinema como milhões de pessoas pelo mundo para assistir a Jurassic World com a família. Durante a projeção em 3D, divertiu-se e riu com a superprodução.
Ao deixar a sala, não evitou falar com o jornal O estado de S. Paulo como da última vez em que foi abordado, há dois meses, e xingou a reportagem. Na ocasião, ao ser questionado sobre o envolvimento com o esquema na Petrobras, Freiburghaus só respondeu que "não conhecia ninguém".
Dessa vez, ele se dispôs a conversar, mas não quis comentar a nova fase da Lava Jato, que prendeu as cúpulas da Odebrecht e da Andrade Gutierrez. Questionado sobre seu nome estar na Interpol, lamentou. "É, a vida não está fácil", disse, antes de seguir em direção à sua casa.
Para ir ao cinema, ele caminhou cerca de um quilômetro até o centro comercial na movimentada Rue de la Confederation. Em seu apartamento, estimado em US$ 3,5 milhões e situado em área nobre, Freiburghaus colocou tapumes nas janelas da cozinha para manter sua privacidade. .