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Estado de Minas

Comissão decide ouvir Traumann novamente sobre documento do 'caos político'


postado em 22/06/2015 18:31

Brasília, 22 - A Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu nesta segunda-feira, 22, pedir novos esclarecimentos ao jornalista Thomas Traumann envolvendo a elaboração de documento interno da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) que apontava um cenário de "caos político" e de "comunicação errática" no âmbito do governo federal. O documento foi revelado com exclusividade pelo portal Estadão.com. De acordo com o conselheiro Horácio Raymundo de Senna Pires, o caso deverá ser julgado na próxima reunião da comissão, marcada para o dia 28 de julho.

"Quando aparecem novas questões, novos fatos apresentados, se estabelece o contraditório. A parte que está sendo investigada não pode ser apenada ou julgada sem que se pronuncie", disse o conselheiro. O ex-ministro da Secom terá 10 dias para apresentar as informações solicitadas pela comissão.

No mês passado, a comissão já havia solicitado esclarecimentos ao jornalista, depois de a Secom ter se pronunciado sobre o episódio. "A secretaria retornou com novas informações e novos documentos, daí portanto foi reaberto o prazo de vista para o ex-ministro", afirmou o conselheiro. "Tá se investigando toda aquela problemática."

Goleada

O documento produzido pela Secom afirma que os apoiadores da presidente estavam levando uma "goleada" da oposição nas redes sociais. O texto apontava como saída o investimento maciço em publicidade oficial em São Paulo, cidade administrada pelo petista Fernando Haddad e que virou o epicentro das manifestações contra Dilma.

De acordo com o texto, "a guerrilha política precisa ter munição de dentro do governo, mas ser disparada por soldados fora dele".

O processo para apurar a conduta de Traumann foi instaurado em 24 de março. Um dia depois, o jornalista pediu à presidente Dilma Rousseff exoneração do cargo.

Como já deixou o cargo, a única sanção cabível contra Traumann é uma censura ética, que, na prática, funciona como uma espécie de "mancha no currículo".


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