Definida com cerca de dois meses de antecedência, a visita não será precedida de tempo suficiente para a elaboração de anúncios de impacto, observaram.
Na avaliação de Peter Hakim, presidente emérito do Inter-American Dialogue, uma visita bem-sucedida traria mais benefícios a Dilma do que a seu colega Barack Obama.
"Quando um líder tem índice de aprovação um ponto percentual acima da inflação, existe um problema de governabilidade", afirmou, em evento promovido pelo Brazil Institute, do Wilson Center. Segundo ele, uma viagem com resultados poderia aumentar a confiança da comunidade empresarial no Brasil e ajudar a recuperação econômica. "Ninguém sabe melhor do que Dilma o que os Estados Unidos significam para a economia brasileira."
Para Kellie Meiman, da consultoria McLarty Associates, a reconstrução da confiança será o principal elemento da visita e dará a fundação sobre a qual os dois países poderão avançar no relacionamento bilateral.
A revelação de que a NSA monitorou suas comunicações levou Dilma a cancelar a visita de Estado que faria a Washington em outubro de 2013. O escândalo congelou muitas das iniciativas bilaterais e interrompeu o processo de fortalecimento da relação que estava em andamento. Uma dos efeitos da crise foi a decisão do Brasil de abandonar negociações para compra de jatos da Boeing para a Força Área Brasileira e optar por um fornecedor sueco, em um contrato de US$ 4,3 bilhões.
Presidente da Boeing no Brasil, Donna Hrinak acredita que a reconstrução da confiança será o resultado natural de avanços no relacionamento bilateral. Como sinais positivos, ela mencionou a decisão do governo Dilma de enviar para ratificação do Congresso dois acordos na área de defesa que foram fechados em 2010, ainda na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva.
Hrinak se referiu ainda à possível colaboração na área de inovação, que levará Dilma à Califórnia no último dia da viagem. Além de empresas do Vale do Silício, a presidente terá encontro com representantes do setor aeroespacial, do qual a Boeing participará.
Joel Velasco, da consultoria Albright Stonebridge, disse que a relação bilateral é morna e está aquém de seu potencial.