O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que pretende iniciar a votação do projeto que revê a política de desoneração amanhã, 24, assim que a Casa concluir a votação da Medida Provisória 672, que estende até 2019 a fórmula atual de correção do salário mínimo. "Eu quero votar a desoneração porque foi um compromisso que eu assumi e sempre disse que a gente tinha que garantir a governabilidade", afirmou. "Amanhã dá para votar a MP do salário mínimo e depois começar a (MP) da desoneração."

A MP da desoneração tem sido apontada pela presidente Dilma Rousseff como crucial para o êxito do ajuste fiscal. Assessores da presidente afirmam que o Planalto não pode permitir o início da votação com um quorum menor do que 450 deputados na Casa. Tentar forçar uma votação sem essa participação mínima elevaria as chances de o governo sofrer derrotas em emendas importantes, como a que propõe incluir novos setores econômicos entre aqueles que terão tratamento diferenciado na revisão da desoneração da folha.

Cunha decidiu abonar falta dos parlamentares nordestinos na Casa por conta das festas de São João. Com isso, dos 513 deputados, 151 foram liberados hoje de comparecer ao plenário. "Amanhã voltaremos à normalidade", afirmou Cunha, dizendo que vai exigir presença de todos os parlamentares amanhã.

Segundo Cunha, a votação do projeto também é importante para destravar a pauta e seguir com a agenda proposta. "Na semana que vem quero votar a redução da maioridade. Nós temos uma pauta definida que eu quero concluir", disse.

Sem férias

Cunha minimizou as críticas de parlamentares de outras regiões do País que não foram liberados por conta das festas de São João e afirmou que para os nordestinos a data é "como se fosse o Natal". "Não precisa a Casa inteira tirar uma semana de férias por causa disso", afirmou..