A entrega do valor, "aproximadamente" R$ 300 mil, segundo Meire, ocorreu no escritório do doleiro em São Paulo, em 2013.
O depoimento de Meire ocorreu nesta terça-feira, 23, na Justiça Federal no Paraná. Ela depôs como testemunha da acusação em dois processos contra Luiz Argôlo e contra o ex-deputado Pedro Corrêa (PP/PE), que também está preso. Os ex-parlamentares são acusados de receberem propinas do esquema de corrupção que se instalou na Petrobras.
Meire trabalhou para o doleiro. Ela contou que, além de Argôlo, viu no escritório de Youssef outros políticos.
Um procurador da República indagou de Meire o que os políticos iam fazer no escritório do doleiro. "Só posso lhe dizer em relação ao ex-deputado Luiz Argôlo porque presenciei ele indo prá buscar dinheiro.
Os outros realmente não sei dizer.
O procurador quis saber quando foi a primeira vez que a testemunha viu o então deputado na sede da GFD de Youssef. "O ano, com certeza, foi 2013 porque antes disso Alberto ficava num outro escritório. Eu fui pouquíssimas vezes no outro escritório."
"Chegou a conversar com o deputado Luiz Argôlo?"
"Sim, em algumas ocasiões sim."
"Como a sra. sabe que ele foi buscar dinheiro?"
"Porque houve uma ocasião que ele estava lá e eu ia levar dinheiro para o Alberto. Ele estava lá aguardando esse dinheiro. Então, o Alberto me falou isso, 'ó você tem que trazer, ele está aqui aguardando dinheiro'".
Meire Pozza relatou que, em certa ocasião, Argôlo estava aguardando, mas o dinheiro não entrou "e ele teve que ficar em São Paulo para ir embora só no dia seguinte."
Ao ser perguntada sobre quanto foi repassado ao ex-parlamentar, a contadora disse 'não se recordar'. "Não me recordo o valor, aproximadamente pelo que me consta eram R$ 300 mil. Eu acho que era R$ 300 mil na ocasião.".