"Fundamentalmente não viemos aqui para dar apoio politico a grupos. Vamos conversar com todas as tendencias", afirmou o senador Roberto Requião (PMDB-PR) na saída do aeroporto. Questionado sobre a diferença comitiva anterior liderada pelos tucanos, Requião respondeu: "Não somos Black Blocs para influir num processo eleitoral venezuelano. Nós viemos buscar informações".
Presente no grupo, a senadora Vanessa Grazziotin (PcdoB-AM) também realçou o que entende como diferença entre as duas comitivas.
Também fazem parte da nova comitiva o senador senador Lindbergh Faria(PT-RJ) e Telmário Mota (PDT-RR).
Na saída do aeroporto, o grupo seguiu acompanhado por batedores da polícia local até o hotel em Caracas. Em razão do horário não havia congestionamento na região. Mas ao contrário do ocorrido na vinda dos senadores opositores, os batedores foram abrindo caminho e impedindo a rota em algumas vias laterais para que o comboio pudesse passar.
A chegada do grupo de parlamentares brasileiros, ocorre um dia após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela marcar a data das eleições parlamentares para 6 de dezembro. A definição do calendário era uma das principais reivindicações dos opositores locais.
O tom que deve ser a tônica dos próximos meses foi dado pelo presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, deputado Diosdado Cabello (PSUV), em discurso realizado nesta quarta-feira em comemoração à Batalha de Carabobo. "A oposição diz ter a data, 6 de dezembro, mas nós temos os votos", disse Cabello que deve receber o grupo de senadores brasileiros na tarde nesta quinta-feira.
Na agenda dos parlamentares brasileiros também prevista uma visita às Vítimas da Guarimba, às esposas de políticos opositores presos, à representantes da Mesa de la Unidad Democrática (MUD), composta pelos partido de oposição, e ao Ministério Público.
No perfil do Twitter, a deputada venezuelana cassada Maria Corino Machado deu as boas vindas ao grupo de senadores. "Estamos às ordens para transmitir-lhes a informação sobre o estado de Direitos Humanos na Venezuela, autonomia dos poderes e condições eleitorais", tuitou Machado. Ela foi inserida, no dia hoje, na lista da MUD para disputar a próxima eleição parlamentar. "É necessário que na visita à Venezuela, senadores escutem testemunhos de sindicalistas perseguidos, jornalistas censurados e estudantes torturados", ressalta Machado. Ela integrou o grupo de políticos de oposição que recebeu a comitiva de senadores liderada por Aécio Neves (PSDB-MG) e Aloysio Nunes (PSDB-SP), que tentou visitar presos políticos na última quinta-feira em Caracas..