O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, disse nesta quinta-feira, que a atuação do vice-presidente Michel Temer tem "sido essencial à agenda política do País". O comentário de Mercadante ocorre depois de o próprio ministro e outros petistas defenderem que a presidente Dilma Rousseff nomeie um ministro para assumir a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) - Temer tem acumulado as funções desde o agravamento da crise política.
Depois de criticar a atuação de Temer na articulação política, Renan voltou a dizer que a participação do PMDB na coalizão do governo tem de ser "qualificada" e "se estabelecer em cima de propostas".
"O PMDB pode ser até minoritário da coalizão, mas como o maior partido, tem que ser propositivo para qualificar a coalizão. Hoje mesmo, novamente, eu tive a oportunidade de dizer isso à presidente", afirmou o peemedebista.
Em abril, Renan criticou a articulação política de Temer e chegou a dizer que o "PMDB não pode transformar a coordenação política, sua participação no governo, em uma articulação de RH (Recursos Humanos), para distribuir cargos e boquinhas".
Desoneração
Para Mercadante, o governo inicia agora a votação de um capítulo fundamental do ajuste fiscal: o projeto de lei que revê a política de desoneração da folha de pagamento. "Até aqui tivemos um resultado muito bom", comentou o ministro.
Depois de aprovar no texto-base do projeto de lei que revê a política de desoneração da folha de pagamentos, o governo conseguiu uma primeira vitória na votação das emendas à proposta: por 226 votos contra 127, além de uma abstenção, os aliados do Palácio do Planalto rejeitaram um destaque que queria suprimir o principal artigo do texto. Se isso acontecesse, os efeitos da desoneração da folha praticamente seriam anulados.
Na avaliação de Mercadante, o governo conseguiu ver aprovadas todas as medidas mais importantes do ajuste fiscal, como as MPs que alteram as regras de concessão de benefícios trabalhistas e previdenciários.
"Foram aprovadas todas as medidas mais importantes, essa é muito importante. É verdade que o Congresso sempre faz ajuste, mas esse é o papel do Parlamento. É da natureza da democracia, do debate parlamentar", disse o ministro.