A Executiva Nacional do PT divulgou uma resolução na tarde desta quinta em que fala sobre corrupção e sobre a Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. A direção do partido declara ter uma preocupação econômica com o "prejulgamento" das empreiteiras durante as investigações.
A resolução também fala de uma proposta do partido de se criar um "plano de proteção ao emprego", que apostaria na manutenção de postos de trabalho através de acordos com o setor privado e diálogo com sindicatos. A executiva repete o que vem sendo dito por dirigentes desde o início da Lava-Jato, de que o partido é favorável à apuração de malfeitos.
Mas argumenta novamente que o partido e o governo Dilma vêm sendo vítimas da "mídia monopolizada" e de "agentes públicos" que tentam criminalizar a legenda e enfraquecer a popularidade do ex-presidente Lula. A direção chama a ação do Judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal, no âmbito da Lava-Jato, de "ilegal, antidemocrática e seletiva". "É um estado de exceção sendo gestado em afronta à Constituição e à democracia", acusa o texto.
A resolução volta ainda a fazer uma defesa do ex-tesoureiro João Vaccari Neto, que teve o pedido de prisão negado na terça-feira. Vaccari foi preso por suspeita de participação no esquema de propinas envolvendo a Petrobras. "O PT repele a negativa da revogação de prisão preventiva do companheiro João Vaccari Neto, a despeito da defesa haver respondido, com farta documentação, a alegação que fundamentava o decreto da detenção desnecessária e ilegal.
Partilha
O documento fruto da reunião da Executiva Nacional do PT também faz uma crítica às propostas de mudar o sistema de partilha na exploração do pré-sal. "O PT denuncia, cabalmente, projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional destinados a retirar da Petrobras a condição de operadora única do pré-sal."
Um projeto de autoria do senador tucano José Serra sobre o tema tem previsão de ser votado no início de julho ainda antes do recesso parlamentar, segundo informou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) no dia 16. A proposta seria retirar a obrigatoriedade de participação mínima e 30% da petroleira estatal em cada área licitada.