Os pagamentos constam nos autos dos inquéritos da 11ª Fase da Operação Lava Jato, batizada de "A Origem", deflagrada em abril deste ano. Nessa etapa da Lava Jato, a PF deflagrou um esquema de desvio de recursos públicos, operado principalmente pelos irmãos Vargas, envolvendo a agência de publicidade Borghi Lowe.
Nos documentos constam cinco pagamentos que foram efetuados pela Pepper à LSI entre os anos de 2012 e 2013. No total, esses repasses somam R$ 98.865,00. Além da Pepper, o documento mostra repasses feitos por diversas agências que foram feitos em favor da LSI, a pedido da agência Borghi Lowe. Apesar de a Pepper aparecer na lista de empresas que efetuaram pagamento à LSI, ela não é alvo das investigações da Lava Jato.
A Pepper nega que haja qualquer irregularidade nos pagamentos e diz que eles foram efetuados após um pedido feito por e-mail pela Borghi Lowe, empresa da qual a Pepper era subcontratada. A agência diz ainda que a subcontratação é uma prática comum no mercado publicitário e que esses pagamentos são referentes a um "bônus de volume", jargão do ramo utilizado para designar o pagamento de comissões entre agências. "A Pepper foi contratada pela agência Borghi/Lowe para a realização de um trabalho publicitário, em 2012.
Acrônimo
A Pepper foi alvo de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal na última quinta-feira, 25, quando foi deflagrada a segunda etapa da Operação Acrônimo, que tem como um de seus principais alvos o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT). O ministro Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), relator do caso no Tribunal, autorizou ações nos escritórios da agência em Brasília, São Paulo e no Rio de Janeiro. No total, 19 locais foram alvos de busca e apreensão no Distrito Federal e em outros três Estados.
Investigadores suspeitam que a esposa de Pimentel, Carolina Oliveira, possa ser sócia oculta da Pepper. A informação é negada tanto pela empresa quanto pela primeira-dama de Minas. A suspeita surgiu porque em buscas realizadas anteriormente pela PF foi encontrado um cartão de visitas em nome de Carolina como da empresa Pepper. A segunda etapa da Operação ocorreu uma semana depois de chegar ao STJ um inquérito do qual Pimentel é alvo. A PF suspeita que o governador de Minas recebeu "vantagens indevidas" de Benedito Rodrigues, o Bené, que foi chegou a ser preso na primeira fase da Operação Acrônimo. As investigações tiveram início em outubro de 2014, quando a PF apreendeu um avião que continha R$ 113 mil em espécie. Bené era um dos passageiros do jatinho, que viajava de Belo Horizonte a Brasília e trazia materiais de campanha de Pimentel, de quem o empresário é próximo.
O governador de Minas, Fernando Pimentel, tem negado com veemência as acusações e afirmou que as ações realizadas na quinta são uma "extensão da arbitrariedade" do que ocorreu no fim de maio, quando a Polícia Federal cumpriu busca no apartamento de Carolina e na antiga sede da Oli Comunicações, que pertence à primeira-dama.
A Pepper atua no mercado de publicidade digital foi responsável pela campanha na Internet da presidente Dilma Rousseff quando ela disputou o Palácio do Planalto pela primeira vez, em 2010..