A presidente Dilma Rousseff destacou a "longa história de integração e cooperação econômica" entre Brasil e Estados Unidos, ao falar, nesta segunda-feira, a investidores, em Nova York. "Os Estados Unidos continuam sendo o principal investidor estrangeiro no Brasil, com US$ 116 bilhões em 2013 e 3 mil empresas atuando no Brasil nas mais diversas áreas", afirmou. Ela citou também a crescente presença de empresas e investidores brasileiros em solo norte-americano. "Atualmente, o estoque é de US$ 15,7 bilhões investidos em vários tipos de atividade", disse.
Além de ressaltar os números atuais, a presidente brasileira avaliou ser possível aos dois países ampliar "muito mais" a cooperação entre os governos e entre estes e os empresários. "Pretendo trabalhar bastante com o presidente (Barack) Obama nas reuniões de amanhã e pretendo aproveitar essas boas reuniões que realizamos hoje, com investidores financeiros e das áreas produtiva e de serviços", afirmou.
Dilma justificou sua passagem pela Califórnia nos próximos dias devido ao interesse fundamental do País em parcerias nas áreas de educação, ciência e inovação, citando as áreas de tecnologia da informação, biotecnologia e defesa aeroespacial. "Por isso, quero deixar o nosso interesse em ampliar e desenvolver cada vez mais as relações, tanto no que se refere a comércio, quanto aos investimentos", afirmou.
Dilma também saiu em defesa de seu governo. "Estamos em uma fase de construção do novo ciclo de expansão do crescimento, e faz parte dessa estratégia a adoção de medidas de controle da inflação e a busca pelo equilíbrio fiscal, bem como todas as medidas de incentivo ao investimento e aumento da produtividade", afirmou. Ela ressaltou que a recuperação do crescimento sustentável do País depende do aumento mais "rápido" e "mais sólido" da produtividade. "Com mais produtividade, os salários e os lucros vão ser necessariamente maiores e vão poder crescer sem pressionar a inflação", defendeu.
Dilma afirmou também que, com mais produtividade, a arrecadação pública crescerá mais rapidamente, sem aumento da carga tributária. "Com mais produtividade, vamos crescer mais e ter melhores empregos. Daremos também continuidade às políticas de redução da desigualdade que tiraram da miséria milhões de brasileiros", acrescentou. Na avaliação dela, para elevar a produtividade, é preciso aumentar a taxa de investimento, sobretudo em infraestrutura. "É por isso que lançamos o Programa de Investimento em Logística 2015-2018", citou.
A presidente afirmou que, apesar de "algumas percepções em contrário, os números são inequívocos" e mostram que "avançamos muito no investimento em logística nos últimos quatro anos". Ela ressaltou que, em seu primeiro mandato, foram concedidos mais de 5,3 mil quilômetros em rodovias e pouco mais de 1,1 mil quilômetros em ferrovias, além da concessão ou expansão de 40 terminais portuários privados e prorrogação de três arrendamentos de terminais de uso público. "Isso, se comparar com cada um dos governos do País nos últimos 30 anos, o que nós conseguimos em concessão foi maior", disse.
Ao encerrar seu discurso, ela voltou a reforçar as semelhanças entre os dois países e ressaltou o interesse do País em receber os investidores. "O Brasil considera que todos os grandes, pequenos e médios investidores de todas as regiões do mundo são muito bem-vindos", afirmou.