Brasília, 30 - Depois de intensa articulação política do Ministério do Planejamento e das lideranças políticas do governo, o Executivo conseguiu adiar a votação do projeto que concede reajuste aos servidores do Poder Judiciário. O projeto, que prevê um aumento médio de 59,49% para os servidores e pode gerar um impacto de R$ 1,5 bilhão nas contas do governo só neste ano, estava na pauta desta terça-feira, 30, do Senado Federal. A proposta faz parte da chamada "pauta bomba" do Congresso Nacional que ameaça o ajuste fiscal do governo.
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Broadcast
, serviço em tempo real da Agência Estado, apurou que o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, conversou com os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, e acertaram o adiamento da votação para buscar o diálogo em torno de uma proposta de consenso. Barbosa está nos Estados Unidos na visita oficial da presidente Dilma Rousseff, mas fez ligações para Brasília. As conversas envolveram o líder do governo no Congresso, Delcídio Amaral (PT-MS), e o ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira.
Na quinta-feira, 25, Barbosa levou ao presidente do Supremo a proposta de reajuste dos servidores do Executivo. O governo propôs um reajuste de 21,3%, dividido em parcelas de 5,5% em 2016, 5,0% em 2017, 4,8% em 2018 e 4,5% em 2019. O reajuste foi proposto com base na inflação esperada para os próximos quatro anos, mantendo o poder de compra do trabalhador.
Já o projeto de reajuste salarial para os servidores do Judiciário, que passou pela Câmara sem alarde e está pronto para ser apreciado pelo plenário do Senado, prevê um aumento médio de 59,49% para os servidores do Judiciário, escalonados entre julho de 2015 e dezembro de 2017. Pela proposta, o aumento vai variar de 53% a 78,56%, em função da classe e do padrão do servidor.
Neste momento, um grupo de servidores do Poder Judiciário faz um "buzinaço" para pressionar os senadores para a aprovação do reajuste para a categoria.