O restante trata de outros temas. Cinco propõem mudanças na distribuição do fundo partidário e nas regras das propagandas eleitorais no rádio e na TV. Um deles propõe novos critérios para o cálculo do tempo de propaganda e, segundo o relator, tem como objetivo acabar com o balcão de negócios que se transformaram as alianças para as eleições majoritárias, onde candidatos a presidente, governador ou prefeito procuram o apoio de partidos menores somente para poder aumentar o seu tempo de propaganda. Com a proposta, esse tempo seria apenas aquele a que os partidos do candidato majoritário e do seu vice têm direito, e não mais a soma de todas as legendas que fazem parte da coligação. Outro projeto restringe o acesso aos recursos do fundo partidário e tem como objetivo inibir a criação de novos partidos. A proposta diz que só terão direito ao benefício siglas que tiveram diretórios em mais da metade dos Estados e municípios.
Todos os projetos foram apresentados pelo relator da comissão, senador Romero Jucá (PMDB-RR). Segundo o peemedebista, as propostas têm como objetivo avançar na discussão iniciada pela Câmara, mas há temas que já foram rejeitados pelos deputados, como o fim da coligação nas eleições proporcionais, e que foram apresentadas com outra roupagem pelo senador.
Uma nova reunião do grupo de 29 senadores está marcada para esta quarta-feira, 1. Jucá afirmou que ainda vai apresentar mais quatro projetos, um deles para regulamentar o financiamento privado de campanha. Há ainda no pacote uma proposta para que seja proibida a divulgação de pesquisas eleitorais na última semana da eleição e outra para impedir que um instituto de pesquisa possa prestar trabalho para partidos e meios de comunicação simultaneamente.
Nem todas as propostas, porém, deve receber apoio dos senadores. O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), disse hoje não concorda com o projeto que estabelece prazo mínimo de filiação de apenas seis meses para que uma pessoa possa concorrer a cargo eletivo. Hoje, o prazo é de um ano. Para ele, essa medida estimula o troca-troca partidário.
Durante a abertura dos trabalhos comissão, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que depois de conversar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ontem sobre reforma política, ele iria também procurar o tucano Fernando Henrique Cardoso para debater o assunto.
Renan também disse que Lula lhe falou não ser oportuno acabar no momento com a reeleição. De acordo com Renan, o ex-presidente entende que o mandato de quatro anos é "muito curto" para acabar com o instituto. Lula, segundo o peemedebista, ponderou ser a favor da extensão do mandato de cinco anos, embora considere "difícil" essa mudança..