A popularidade do governo Dilma Rousseff despenca e o número de brasileiros que considera o governo ótimo ou bom caiu de 12%, em março, para 9%, em junho. Já a avaliação negativa da presidente aumenta de 64% para 68%, o pior já registrado pelo Ibope. O levantamento, encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), acaba de ser divulgado, na manhã desta quarta-feira. O percentual daqueles que consideram o governo ruim ou péssimo bateu o recorde de 29 anos de pesquisa e superou a marca do ex-presidente José Sarney, em julho de 1989, que havia alcançado 64% de reprovação.
O levantamento informa ainda que 83% desaprovam a maneira de governar da presidente e 78% não confiam em Dilma Rousseff. "As maiores reduções da popularidade ocorrem nos estratos em que a presidente tende a ser melhor avaliada, ou seja, entre as pessoas com renda familiar baixa, os que residem na região Nordeste, os que possuem baixo grau de instrução e na faixa da população com 55 anos ou mais", diz a pesquisa.
A popularidade do governo está caindo mesmo entre as pessoas que declararam ter votado na presidente no segundo turno das eleições de 2014. Entre os eleitores da presidente Dilma, o percentual de pessoas que avaliam o governo como ruim ou péssimo subiu de 45% em março para 53% em junho."Dentre os que declararam terem votado em Aécio Neves no segundo turno, o percentual dos que consideram o governo como ruim ou péssimo subiu de 83% em março para 87% em junho", informa a CNI-Ibope.
Conforme o levantamento, o número de pessoas que considera o atual governo da presidente Dilma pior do que o primeiro mandato aumentou para 82% em junho. Era de 76% em março. Os brasileiros também estão pessimistas com relação ao restante do governo. Para 61% da população, o restante do governo será ruim ou péssimo.
A pesquisa mostra ainda que a avaliação da população por área de atuação do governo praticamente não mudou entre março e junho deste ano. "As exceções dizem respeito ao combate ao desemprego, cujo percentual de aprovação recuou de 19% para 15%, e ao combate à fome e à pobreza, que registra queda de 33% para 29%.
Nas demais áreas, as variações são inferiores à margem de erro da pesquisa", informa a CNI. A atuação nas áreas de juros e tributos continua sendo a pior avaliada pela população: 90% desaprovam a política de juros e de impostos. Essa edição da pesquisa CNI-Ibope foi feita de 18 a 21 de junho com 2.002 pessoas em 141 municípios.
A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. O levantamento foi feito entre os dias 18 e 21 de junho, com 2.002 pessoas em 141 municípios brasileiros, antes da divulgação da delação do empreiteiro Ricardo Pessoa, na Operação Lava-Jato.
O desempenho negativo da presidente tem vindo à tona em todas as pesquisas de opinião divulgadas recentemente. No último dia 20, o Instituto Datafolha mostrou que 65% dos brasileiros avaliaram o governo como ruim ou péssimo. O percentual representa a maior rejeição de Dilma desde quando ela assumiu o governo, em 2011.