Citado na delação premiada de Ricardo Pessoa, dono da UTC, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Edinho Silva, rebateu as acusações feitas contra a campanha pela reeleição da presidente Dilma Rousseff. Ex-tesoureiro da campanha de Dilma, Edinho reafirmou na noite de terça-feira que as doações recebidas pelo comitê petista foram legais e disse que nenhum tesoureiro de campanha tem "condição de saber a origem do dinheiro".
"Quando você procura o empresário, você faz o debate político com ele, você cuida pra que a doação seja legal, dentro da legalidade, portanto, ninguém, é impossível, nem eu tenho essa condição nem nenhum tesoureiro de campanha tem condição de saber a origem do dinheiro", disse ao ministro, ao ser questionado se tinha como saber se a origem do dinheiro era lícita.
"Se o dinheiro está no caixa da empresa, portanto, é um dinheiro contabilizado pela empresa, se o dinheiro é doado dentro da legalidade, eu penso: 'Se tem alguma anormalidade, cabe à Receita Federal investigar, cabe aos órgãos controladores estarem fiscalizando. Nenhum tesoureiro tem bola de cristal'."
Segundo a revista "Veja", Pessoa disse ter sido "ameaçado" por Edinho, então tesoureiro da campanha de Dilma em 2014, para que fizesse doações de R$ 7,5 milhões, sob risco de perder contratos com a Petrobras.
"Essas doações (feitas pela UTC à campanha de Dilma) foram declaradas à Justiça Eleitoral. Eu sou acusado por receber doações legais, nunca vi isso em nenhum momento da história política brasileira", rebateu Edinho.
Na avaliação do ministro, se utilizar desse episódio para "tentar desestabilizar o governo" ou "criar crise institucional" é uma "falta de responsabilidade". "Vai ser tentativa em vão, porque não tem fundamento legal", criticou o petista.