Em entrevista após visitar o complexo da Google, a presidente Dilma Rousseff não quis responder às críticas feitas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no início da semana de que seu governo enfrenta uma crise "preocupante" e "dramática". "Meu querido presidente Lula tem todo direito de fazer críticas que ele quiser, especialmente a mim", afirmou Dilma, acrescentando que "não responde" às afirmações dele. Perguntada sobre as alfinetadas dele, insistiu: "não respondo às críticas não".
As declarações de Dilma foram dadas depois de ela andar em um carro autônomo, que pode se locomover sem motorista, durante 20 minutos, pelo complexo da empresa norte-americana, tomando conhecimento do funcionamento do "carro do futuro". Dilma disse que foi "uma experiência fantástica" e brincou: "acabei de voltar do futuro". Apesar de ser um carro autônomo, havia um motorista nele e a presidente andou no banco de trás, fazendo questão de mostrar que estava colocando o cinto de segurança.
Na entrevista, ao ser lembrada da realidade atual, Dilma foi perguntada pelos últimos resultados das pesquisas CNI Ibope que apontam que sua popularidade está em 9%. "Não comento pesquisa. Nem quando sobe, nem quando desce", limitou-se a dizer, repetindo a estratégia adotada durante o período de campanha.
Perguntada sobre se voltava hoje à noite à dura realidade do Brasil, quando enfrentará problemas políticos e econômicos, a presidente ironizou: "Vai ser difícil porque são 11 horas de viagem, mas gosto muito do meu País e o clima faz parte da realidade brasileira". Dilma disse ainda que "o clima político" só a faz "ficar mais atenta ainda" e se "dedicar ainda mais a resolver os problemas, que necessariamente existem em um governo".
Sobre os problemas com o Congresso, a presidente Dilma comentou que, muitas vezes, os jornalistas "criam um clima que não existe". "O Congresso, como a democracia, é assim, tem dia que você ganha, tem dia que você perde", prosseguiu. Para ela, os resultados das votações ocorrem para os dois lados. "Tem hora que a gente perde. Tem hora que a gente ganha. Nós temos várias coisas a reconhecer que os deputados federais e senadores aprovaram, como, por exemplo, pontos importantes do ajuste fiscal". Por isso, emendou: "não concordo com visão pessimista".
Ao ser questionada sobre a delação de Milton Pascowitch, lobista que denunciou pagamentos de propina ao PT e ao ex-ministro José Dirceu, Dilma limitou-se a dizer que não respondia porque não conhecia o tema.