"Temos falado muito de crise, crise, crise. É como se nós tivéssemos no nosso gene, no nosso espírito, a necessidade de ter uma crise no Brasil a cada 25, 30 anos", afirmou Temer, que é articulador político do governo e comanda o PMDB. Presidente em exercício desde a viagem de Dilma Rousseff aos Estados Unidos, ele disse que o Brasil vive um momento de "tranquilidade" e negou a existência de uma crise institucional.
"Nós podemos ter uma pequena dificuldade econômica, que se resolve pela atuação conjugada do Legislativo, do Executivo e do Judiciário. Nós podemos ter uma suposta crise política, em face de divergência de um ou outro partido no Congresso, às vezes até dos partidos da base, mas inteiramente controlável", insistiu Temer, ao participar nesta quarta-feira, 1, da cerimônia de posse da deputada Luciana Santos na presidência do PC do B.
Com a declaração, feita um dia depois de o Senado aprovar projeto que reajustou os salários dos servidores do Judiciário, impondo mais uma derrota ao governo, Temer adotou o mesmo discurso de Dilma, avessa à palavra "crise".
"Temos de ser capazes de romper com esse ciclo histórico no Brasil, que a cada 25, 30 anos cria uma espécie de crise", argumentou o vice-presidente. "Nós estamos cumprindo a Constituição. Com (os governos) Lula e Dilma, todos nós elevamos para a classe média milhões e milhões de brasileiros".
A ordem no Planalto é afastar a ideia de crise institucional, no rastro dos escândalos de corrupção. "Temos de combater com vigor essa palavra.