"Em relação à Diretoria de Internacional temos fartos indicativos que ele (Zelada) recebeu valores pela celebração de contratos de aluguel de sondas", declarou Carlos Lima.
Zelada é o alvo da 15ª fase da Lava Jato, denominada Conexão Mônaco, referência ao paraíso fiscal onde o ex-diretor mantinha quase onze milhões de euros em contas secretas. Em relação aos supostos objetos de corrupção envolvendo Zelada, o procurador da República disse: "Temos algumas sondas específicas que a própria Petrobrás já indicou que o contrato possui uma série de irregularidades, singularidades que favoreciam extremamente a parte que estava contratando com a Petrobrás."
Duas contratações que o Ministério Público Federal menciona no pedido de prisão de Zelada são as dos navios-sondas Pride, em 2008, e Titanium Explorer, em 2009, via Diretoria Internacional. Pesa ainda contra o ex-diretor a suspeita de recebimento de propina referente a contratos de refinarias e gasodutos na Diretoria de Serviços.
"Temos um modelo de corrupção dentro da Petrobrás que ela se institucionalizou no que eles chamam de 'Casa'. Uma divisão de propina muitas vezes pela simples celebração de negócios, como se fosse uma corretagem", relatou o procurador.
Dentro dessa frente, Zelada já era alvo das apurações desde que seu nome foi citado por dois delatores, entre eles o ex-gerente de Engenharia Pedro Barusco - braço direito do ex-diretor da área de Serviços, Renato Duque, cota do PT na estatal.
Para o MPF e a Polícia Federal, um dos indicativos de necessidade de prisão preventiva de Zelada foram as transferências feitas por ele de valores não declarados ao Fisco brasileiro da Suíça para o Principado de Mônaco, e de Mônaco para a China, ocorridas em 2014.
"É um dos motivos da prisão. Não só porque indica a continuidade do crime dede lavagem de dinheiro como tentativa de proteção desse valores de tentar impedir que a Justiça alcance.".