O advogado Eduardo de Moraes, que defende o ex-diretor da área Internacional da Petrobras, Jorge Luiz Zelada, está analisando os documentos anexados no decreto de prisão preventiva do seu cliente, que desde essa quinta-feira à tarde está detido na Superintendência da Polícia Federal (PF) de Curitiba, no Paraná. Moraes explicou que somente com a avaliação desses documentos poderá preparar o pedido de habeas corpus que a defesa vai encaminhar à Justiça no máximo até terça-feira. “O único remédio, neste momento, é o habeas corpus para ele poder se defender em liberdade”, observou.
Eduardo de Moraes reconheceu que esta é uma etapa difícil na defesa de Zelada. “É uma guerra que a gente está enfrentando, mas vamos tentar reverter o quadro,” disse.
A indicação no processo de apuração da Operação Lava-Jato contra Zelada de que ele mantém duas contas em Mônaco é um mérito da acusação do Ministério Público, mas não justifica a prisão de ninguém, disse o advogado, acrescentado que “vai ser apurado se houve ou não cometimento do crime se existe essa conta no exterior ou não. Isso aí é o mérito. Ele explicou que a pessoa não pode sofrer uma antecipação de pena. É o direito de qualquer indivíduo de responder o processo em liberdade. “De acordo com a acusação uma das contas, supostamente, seria de Zelada e outra ele seria beneficiário,” informou.
Para o advogado a prisão é uma exceção e o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava-Jato, está transformando a prisão em regra. “A pessoa tem que oferecer algum risco à sociedade estando em liberdade e a meu ver Jorge Zelada não oferece nenhum risco. Ele foi preso em casa, não viaja e pode responder o processo em liberdade.”
Zelada foi preso, ontem pela manhã, em casa, no Rio de Janeiro em cumprimento a um mandado de prisão da 15ª fase da Operação Lava-Jato, chamada de Conexão Mônaco. Segundo a PF, o foco das investigações é o recebimento de vantagens ilícitas no âmbito da diretoria da área internacional da Petrobras. Ainda na operação houve cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão, sendo três no Rio de Janeiro e um em Niterói, na região metropolitana.
De acordo com a PF os investigados responderão pelos crimes de corrupção, fraude em licitações, desvio de verbas públicas, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
Com Agência Brasil