Candidatos a prefeito de BH repercutem com cautela pesquisa eleitoral

A primeira pesquisa encomendada pelo Estado de Minas ao Instituto MDA sobre a corrida eleitoral pela Prefeitura de Belo Horizonte repercutiu ontem entre pré-candidatos e partidos. Os quatro primeiros apontados na preferência popular dos belo-horizontinos comemoraram o desempenho avaliado a um ano do início da campanha, porém, disseram que os nomes de quem vai de fato concorrer ainda serão definidos pelas legendas. De acordo com o levantamento do MDA, se as eleições fossem hoje o deputado federal Leonardo Quintão (PMDB) seria o eleito com 14,2% dos votos, seguido pelo ex-presidente do Atlético Alexandre Kalil e o deputado estadual João Vítor Xavier (PSDB), cada um com 7,9%.

O deputado federal Leonardo Quintão, que concorreu com o prefeito Marcio Lacerda (PSB) quando ele chegou à PBH, em 2008, disse que é sempre bom ser lembrado. Naquela disputa, Quintão foi praticamente empatado com Lacerda para o segundo turno, quando acabou derrotado por ele. Por terem se passado sete anos, o peemedebista não considera o resultado um recall. “Eu atribuo o resultado mais à vontade de mudança do eleitor de BH”, disse.

Quintão demonstrou interesse em concorrer novamente à prefeitura, mas disse que a legenda considera ainda como nomes o secretário de Meio Ambiente Sávio Souza Cruz e o deputado federal Laudívio Carvalho. “Todo político de BH sonha em ser prefeito e estamos à disposição. O que posso garantir, como presidente do PMDB de BH, é que o partido terá candidato próprio. Na última eleição apoiamos o PT e cumprimos nosso papel”, disse.

Empatados em segundo lugar, João Vítor e Kalil também ficaram satisfeitos com o resultado. “É uma pesquisa muito positiva para nós que nem começamos nenhum tipo de movimento político neste sentido. É um reconhecimento muito interessante da população de BH ao nosso trabalho”, afirmou o deputado, que disse ter se saído “melhor do que imaginava”. João Vítor Xavier, que também é secretário-geral do PSDB, disse estar duplamente satisfeito, pois o levantamento também mostra uma identidade da cidade com um possível nome do partido. “Meu nome está à disposição do partido mas é um processo muito longo, ninguém é candidato de si mesmo”, disse.

Lembrança

Já o empresário Alexandre Kalil, que chegou a concorrer a deputado federal no ano passado pelo PSB, mas desistiu logo no início da campanha e, na sequência, se desfiliou do PSB, atribuiu o resultado mais ao grau de conhecimento da população sobre os nomes colocados. “Achei que está mais para quem é conhecido, quem já concorreu, tem programa de rádio ou foi presidente do Atlético. Fico muito satisfeito de já estar há oito meses fora da mídia e ser lembrado, acho que é porque quando fui presidente o Atlético ganhou”, disse. Sobre ter também, segundo o MDA, o maior índice de rejeição, o ex-dirigente considerou normal. “Tem a torcida do galo que gosta de mim e a do Cruzeiro que me rejeita”. Apesar de bem colocado, Kalil disse não ter aspiração de concorrer por considerar que sua experiência na política não foi boa.

O presidente da Câmara Municipal Wellington Magalhães (PTN), que aparece em terceiro lugar, com 2,9% da preferência do eleitorado consultado, disse ainda não ter decidido se vai concorrer, mas que a pesquisa o anima muito. “Nem estava pensando, mas depois de ver o meu nome bem colocado já vamos ter outra postura para, se for o caso, encarar o desafio”, afirmou. Ele credita seu desempenho ao trabalho que tem feito na Câmara, mas também ao fato de as pessoas quererem mudança. “Só tenho a agradecer ao povo de BH pela confiança”, disse.

Na pesquisa do Instituto MDA, 36,7% dos eleitores ouvidos responderam votar em branco, nulo ou em ninguém e 22,4% se colocaram indecisos. Na disputa, apareceram ainda o secretário municipal de Obras, Josué Valadão (PP), com 2,7% das intenções de voto, e o vice-prefeito Délio Malheiros (PV), com 2,2%. Os deputados federais Rodrigo de Castro (PSDB) e Gabriel Guimarães (PT) foram apontados como preferidos respectivamente por 1,8% e 0,7% dos entrevistados. Por último está o secretário de Planejamento e Gestão, Helvécio Magalhães (PT), com um índice de 0,6%. No levantamento não foram incluídos os nomes do senador Antonio Anastasia (PSDB) e do ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias (PT), pois ambos já disseram não ter a intenção de concorrer.