Segundo o relator do projeto infraconstitucional, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a proposta se concentrará em mudanças nas regras para o tempo de TV e no financiamento privado. “São as questões que têm mais impacto no processo eleitoral”, disse Maia. Em relação ao financiamento, o limite proposto será de 2% do faturamento das empresas, com um índice máximo de 0,5% do valor para cada partido.
Farpas
O tema do financiamento empresarial das campanhas eleitorais provocou troca de farpas entre os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinicius Furtado Coêlho. Em nota, Coêlho disse que “ofensas e desacatos não vão mudar os números da opinião pública”, referindo-se à pesquisa Datafolha divulgada na segunda e feita sob encomenda da OAB. Segundo o levantamento, 79% dos brasileiros são contra o financiamento empresarial das campanhas eleitorais.
“A pesquisa é do Datafolha. Ela revelou os números, com a credibilidade de que é detentora. As ideias devem brigar, não as pessoas. As instituições devem se respeitar. O debate de ideias e a divergência de opiniões são próprias de uma democracia”, diz o texto da OAB.
“Eu não tô brigando com ele (Coêlho), não. Mas o comportamento é muito estranho. Eu acho estranho que, na redução da maioridade penal, ele não queira usar esse argumento baseado em pesquisa. Aí, em outro momento, ele quer usar as pesquisas”, disse Cunha nessa terça-feira, após ser informado sobre a resposta do presidente da OAB. Na segunda, o deputado chegou a dizer que Coêlho era um “agente do (deputado pelo PT-RJ) Alessandro Molon”.