Brasília – A Câmara dos Deputados aprovou nessa terça-feira-feira (7), em 2º turno, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Reforma Política. Todos os líderes encaminharam favoravelmente ao projeto, que traz o fim da reeleição, o mandato de cinco anos e a constitucionalização das doações privadas de campanha como pontos mais importantes: 420 deputados votaram a favor e apenas 20 foram contra. Um se absteve. A verdadeira disputa em torno da reforma política deve se dar hoje, quando será votado o projeto que regulamenta a PEC a nível infraconstitucional. Na próxima terça-feira, a Casa analisará os destaques ao texto da PEC. Há propostas do PT e do PPS para suprimir o financiamento de empresas privadas, e do DEM, para permitir a reeleição ao presidente da República, entre outros.
Farpas
O tema do financiamento empresarial das campanhas eleitorais provocou troca de farpas entre os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinicius Furtado Coêlho. Em nota, Coêlho disse que “ofensas e desacatos não vão mudar os números da opinião pública”, referindo-se à pesquisa Datafolha divulgada na segunda e feita sob encomenda da OAB. Segundo o levantamento, 79% dos brasileiros são contra o financiamento empresarial das campanhas eleitorais.
“A pesquisa é do Datafolha. Ela revelou os números, com a credibilidade de que é detentora. As ideias devem brigar, não as pessoas. As instituições devem se respeitar. O debate de ideias e a divergência de opiniões são próprias de uma democracia”, diz o texto da OAB.
“Eu não tô brigando com ele (Coêlho), não. Mas o comportamento é muito estranho. Eu acho estranho que, na redução da maioridade penal, ele não queira usar esse argumento baseado em pesquisa. Aí, em outro momento, ele quer usar as pesquisas”, disse Cunha nessa terça-feira, após ser informado sobre a resposta do presidente da OAB. Na segunda, o deputado chegou a dizer que Coêlho era um “agente do (deputado pelo PT-RJ) Alessandro Molon”. Descreveu a OAB como um “um cartel” que “movimenta bilhões sem fiscalização”, e disse que a entidade “não tem muita credibilidade”.