O relatório destaca que o processo de impeachment presidencial não é somente uma questão legal, mas também política, mas ambas as situações têm se deteriorado no que diz respeito ao governo. O economista que a consultoria não atribui uma probabilidade maior ao cenário de impeachment por duas razões. Em primeiro lugar, há o front político. Seria mais vantajoso para a oposição - que também está envolvida em denúncias que estão vindo à tona - fragilizar a presidente, diminuindo seu apoio e forçando-a constantemente a adotar decisões impopulares, para facilitar assim o caminho para a mudança de governo em 2018.
Em segundo lugar, a Nomura lembra que a presidente ainda não foi condenada. "A interpretação mais comum na legislação brasileira é de que a presidente deve ser considerada culpada por irregularidades no atual mandato para que ocorra o impeachment. Mesmo que isso não seja um entrave, e há diversas interpretações, é um obstáculo", afirma o relatório.
O texto lembra que é difícil apontar datas-chave para acompanhar o caso, porque muitos eventos importantes não têm um calendário definido.
Por fim, o relatório aponta que a instabilidade política traz muitas incertezas e riscos para a gestão da economia. "Mesmo que o impeachment se torne realidade, não trabalhamos com um cenário de agitação social ou qualquer tipo de crise que afete o controle das instituições", observa a Nomura..