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Estado de Minas

Pizzolato e Battisti entram na pauta da visita de Dilma à Rússia


postado em 11/07/2015 06:00 / atualizado em 11/07/2015 07:41

Roma – Em sua primeira visita à Itália desde que o governo de Roma autorizou a extradição de Henrique Pizzolato, a presidente Dilma Rousseff ouviu ontem que, com “relações renovadas” entre os países, o governo italiano “espera trazer soluções para os casos mais difíceis” quando se tratar de Justiça. Sem citar nominalmente Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil condenado no mensalão, ou Cesare Battisti, que ganhou asilo no Brasil após ser condenado por terrorismo na Itália, o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, disse que tratou com Dilma sobre “o setor de Justiça” e que espera resultados. O governo italiano fala pouco em Pizzolato, mas insiste em ter uma resposta do Palácio do Planalto sobre o caso Battisti. Oficialmente, porém, as discussões sobre esses temas não estavam previstas no encontro de Dilma com as autoridades italianas.

O ex-diretor do Banco do Brasil ainda está preso na Itália e espera decisão final da Justiça – prevista para setembro – após entrar com um recurso para frear o processo. Antes de se reunir com Renzi, Dilma almoçou com o presidente italiano, Sergio Mattarella, no Palácio Quirinale, residência oficial da Presidência da República, e fez uma audiência com José Graziano, diretor-geral da FAO, agência das Organizações das Nações Unidas para agricultura e segurança alimentar. Os encontros foram rápidos e, segundo relatos de alguns dos presentes, foram tratados temas amenos, sem citar os casos Battisti e Pizzolato.

Parceria Com a visita, os governos de Brasil e Itália esperam retomar a parceria firmada entre os dois países em 2007, considerada “estratégica”. Dilma disse que assinou com o governo italiano um plano de ação com 16 pontos, principalmente nas áreas de investimento, cultura, educação, defesa e justiça. “Nossas relações se darão no mais alto nível entre os ministros, para garantir que ocorram mudanças reais”, afirmou a presidente depois de se reunir com Renzi. Dilma disse ainda que convidou os empresários italianos a participarem do programa de concessões para rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, recém-lançado por ela no Brasil. Para Dilma, a “parceria excepcional” com os italianos pode se firmar no setor de logística. Segundo o Itamaraty, a ampliação dos investimentos na área de pequenas e médias empresas foi um dos destaques do encontro. Com 1.200 empresas italianas atuando no Brasil, a Itália foi, em 2014, um dos 10 principais parceiros comerciais do país.

Além disso, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores, Dilma discutiu com as autoridades italianas temas como defesa, educação e mudanças no clima. Hoje, está prevista visita de Dilma ao pavilhão brasileiro da Expo Milão, na cidade do mesmo nome. Realizada com dinheiro público mesmo durante a crise que acomete a Itália e diversos países da Europa, a feira foi muito criticada por sindicatos e movimentos sociais, que chegaram a criar um comitê “não à Expo” para protestar contra as cifras bilionárias da exposição que abriga, até outubro, pavilhões de 148 países.

Fugas

Condenado a 12 anos e sete meses de prisão pelo STF por envolvimento com o esquema do mensalão, o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato fugiu para a Itália em novembro de 2013. Ele foi encontrado em Maranello, no país europeu, em fevereiro do ano passado. Dois meses depois a Justiça italiana deu parecer favorável ao envio de Pizzolato de volta ao Brasil, mas ele entrou com recurso para reverter a decisão. Já o militante comunista Cesare Battisti foi condenado na Itália, em 1981, a 12 anos e 10 meses de prisão por “participação em grupo armado”. Ele escapou da prisão e se refugiou na França. Em 2005 fugiu para o Brasil, onde foi preso em março de 2007. Em 2010 o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou o pedido de extradição.


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