O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, reforçou a opinião da presidente Dilma Rousseff (PT) e indicou que o reajuste médio de 59,49% para servidores do Poder Judiciário deve ser vetado pelo governo. “O reajuste (aprovado no Senado) não está compatível com o reajuste fiscal. Isso deve ser motivo para o veto. A presidente se manifestou sobre isso na viagem”, disse Barbosa em entrevista nesta segunda-feira, em Brasília.
Durante viagem à Itália, no final de semana passado, Dilma comentou a inviabilidade de concessão de um reajuste como este. “Estamos avaliando, porque é impossível o Brasil sustentar um reajuste daquelas proporções. Tem certas… certos valores, certas quantidades de recursos que algumas leis exigem, que são impraticáveis. O país não pode fazer face a isso.”
De acordo com o Ministério do Planejamento, o aumento para 117,5 mil servidores ativos e inativos do Judiciário custaria R$ 1,5 bilhão este ano, R$ 5,3 bilhões, em 2016 e R$ 8,4 bilhões, em 2017, até atingir R$ 10,5 bilhões anuais a partir de 2018. A presidente trata do reajuste do Judiciário enquanto negocia com servidores do Poder Executivo. "Com o Executivo estamos em negociação. Estamos trabalhando, seguindo um cronograma para apresentar ao Congresso, até o final de agosto, o reajuste do Executivo”, disse o ministro.
A proposta do governo é aumento de 21,3%, divididos em quatro parcelas até 2019. Os trabalhadores pedem, para o ano que vem, reajuste de 27,3% para repor perdas salariais desde 2010. Eles pedem ainda que o reajuste seja negociado anualmente.