Brasília - Assessores do Palácio do Planalto informaram à reportagem que a saída de Manoel de Araújo Sobrinho, chefe de gabinete do ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Edinho Silva, já foi acertada e será efetivada nos próximos dias.
A saída de Sobrinho, que ocupa oficialmente um cargo de confiança (DAS 5), ganhando R$ 11,2 mil por mês desde 19 de maio, foi negada por ele e pelo ministro Edinho Silva. Mas o afastamento dele seria uma estratégia para tentar reduzir a crise e afastá-la do Planalto.
Com a saída de Sobrinho, o ministro seria poupado. Edinho assegurou, no entanto, que o chefe de gabinete "não sai". Disse que seu assessor até "pensou" em deixar a Secom por "problemas pessoais", mas reiterou que ele fica no cargo.
Sobrinho, porém, não estava na segunda-feira no Planalto. As funções dele foram desempenhadas por Alan Ferreira da Silva, que também trabalhou na campanha da presidente Dilma Rousseff.
Sobrinho negou estar de saída da secretaria e disse que hoje estará "trabalhando normalmente". "Isso é intriga", afirmou ele, por telefone, insistindo que "não é verdade" que vá se afastar do cargo. "Nós só colocamos uma pessoa a mais ali na equipe para auxiliar, por conta da demanda", disse, para justificar a chegada de Silva.
O agravamento da crise política que atinge o governo foi objeto de uma nova reunião convocada por Dilma, na noite de domingo, 12, no Palácio da Alvorada. No encontro estavam presentes, além de Edinho, os ministros Ricardo Berzoini, das Comunicações, e José Eduardo Cardozo, da Justiça. Edinho antecipou sua volta para Brasília a pedido da presidente.
O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, também foi chamado para o encontro. Dilma costuma tratar das crises políticas diretamente com os ministros do PT, que compõem o "núcleo duro" de seu governo.
Depoimento
Pessoa deve prestar depoimento nesta terça-feira na ação que apura irregularidades na campanha de Dilma em 2014. A expectativa, no entanto, é de que o executivo fique em silêncio até que seja retirado o sigilo do acordo de delação premiada que ele firmou com a Procuradoria-Geral em maio.
A defesa de Pessoa chegou a pedir que o depoimento fosse adiado, mas o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) manteve a agenda por não ter sido comunicado sobre impedimentos previstos no acordo de delação. (Colaboraram Vera Rosa, Talita Fernandes e Beatriz Bulla)