Aos parlamentares, Stael - que estava separada de Janene quando ele morreu em 2010, mas não chegou a oficializar o divórcio - disse ter ouvido falar do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e de outros nomes que hoje aparecem na Operação Lava Jato, como Rafael Angulo. Ela admitiu ter tido contato com alguns parlamentares, como Pedro Henry e Pedro Corrêa. O contato maior era com o doleiro Alberto Youssef, que convivia com sua família. "Não sabia ao certo o que o Beto fazia", relatou referindo-se a Youssef.
Em seu depoimento, que durou duas horas e meia, Stael repetiu que não participava da vida política e dos negócios de Janene. "Ele era uma pessoa obcecada por poder", acrescentou. Segundo ela, a cultura muçulmana impedia que ela, como esposa, se inteirasse da vida do então marido.
A viúva evitou entrar em detalhes sobre o processo por crime de lavagem de dinheiro movido pelo Ministério Público Federal (MPF) contra ela e outras dez pessoas ligadas a Janene. Ela explicou que até sua conta individual era movimentada pelas secretárias de Janene, que elas eram responsáveis pelo pagamento das contas domésticas, mas que a movimentação era de "valores pequenos". Segundo ela, talões de cheques assinados ficavam em poder das auxiliares do ex-deputado. "Minha conta foi usada pelo escritório dele", enfatizou. Stael foi confrontada pelos deputados sobre a movimentação de R$ 99 mil em sua conta, mas respondeu que não sabia ao certo os valores.
Sobre contas no exterior, ela voltou a dizer que não se lembra de ter assinado nenhum documento do gênero e diz ter certeza que ele não deixou nenhuma conta para ela no exterior. Eles não tinham conta conjunta.
Stael vive hoje como corretora de imóveis e proprietária de um salão de beleza. Ela contou que recebe a pensão integral de Janene para os filhos e que também recebe pelo arrendamento de uma fazenda..