A oitiva de Pessoa, que é considerado o "chefe" do clube VIP das empreiteiras investigadas no esquema de desvios da Petrobras, foi autorizada em junho pelo corregedor-geral da Justiça Eleitoral, o ministro João Otávio de Noronha, relator da investigação eleitoral no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O pedido para que o delator seja ouvido na investigação partiu do PSDB, que é autor da ação no TSE para apurar se houve abuso de poder político e econômico na campanha que reelegeu a presidente no ano passado.
A decisão do TRE foi tomada após Pessoa ter permanecido em silêncio durante a oitiva por estar impedido de prestar depoimentos na condição de testemunha até que seja retirado o sigilo da delação firmada por ele em maio com o Ministério Público Federal. O acordo foi homologado no fim de junho pelo ministro Teori Zavascki, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF).
Advogado do PSDB, José Eduardo Rangel Alckmin, confirmou o adiamento da oitiva ao sair do prédio do TRE. Pessoa ficou reunido por duas horas, a portas fechadas, com advogados do PT, do PSDB, o juiz e um representante da Procuradoria-Geral da República. Alckmin disse que o partido vai aguardar que o ministro Teori Zavascki autorize Pessoa a conceder o depoimento à Justiça Eleitoral. Uma nova data para a oitiva deve ser marcada depois dessa autorização.
O dono da UTC entregou aos investigadores uma planilha intitulada "pagamentos ao PT por caixa dois" que relaciona ex-tesoureiros a valores. São citados o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, tesoureiro da campanha de Dilma, e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, hoje preso na Lava Jato.
Pessoa chegou à sede da Justiça Eleitoral paulista por volta das 9h10.
O grupo trouxe duas faixas: uma com os dizeres "renúncia já" e outra com a mensagem "Fora Dilma, pede para sair"..