Recife – Dos 53 mandados de busca e apreensão autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da Operação Politeia, oito foram cumpridos em Pernambuco. Um dos alvos é o empresário Aldo Guedes Álvaro, que seria sócio do ex-governador do estado Eduardo Campos (PSB), morto em acidente aéreo em agosto de 2014. A Polícia Federal (PF) investiga se Álvaro é o verdadeiro dono do jatinho que caiu com Campos.
Empresas e pessoas ligadas aos políticos também receberam a visita da polícia. Foram feitas apreensões na Taiyo Motors (ADPL Motors Ltda.), empresa de Eduardo da Fonte; na casa do irmão e sócio dele, o empresário Francisco Maurício Rabelo; na casa do empresário Caio Lins da Cunha Filho; na residência de Aldo Guedes Álvaro, que também é presidente da Companhia Pernambucana de Gás (Copergas); e na empresa dele, a Jacarandá Negócios. Tanto Guedes quanto Caio Lins seriam ligados a Bezerra Coelho. Álvaro seria sócio de Eduardo Campos em uma fazenda no interior do estado.
A Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, responsável pela Copergás, empresa de economia mista da qual Guedes é presidente, divulgou nota na qual informa que ele pediu afastamento do cargo na manhã de ontem “para preservar os interesses da companhia”. O texto diz que “a decisão foi aceita pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Thiago Norões” e que “o governo do estado de Pernambuco, por meio da Secretaria de Desenvolvimento, confia na correção de Aldo Guedes e está certo de que ele dará os devidos esclarecimentos sobre os fatos que lhes estão sendo imputados”.
Os mandados haviam sido expedidos no fim de semana, mas somente ontem a PF obteve confirmação para a operação, que, no Recife, começou às 5h da manhã, mobilizando 48 agentes e oito procuradores da República. O primeiro mandado foi cumprido às 6h e o último, antes das 10h.
Documentos
Além de diversos documentos, incluindo declarações de Imposto de Renda, os policiais recolheram um notebook, dois HDs e dinheiro. Bezerra Coelho e Eduardo da Fonte estavam em Brasília durante a ação. No caso do progressista, a polícia teria sido recebida pela mãe dele. O político foi acordado com a notícia no apartamento funcional que ocupa no Distrito Federal. Em nota, ele afirmou estar à disposição da justiça “para colaborar no que for possível de maneira a esclarecer logo todos os fatos”.
Igualmente por nota, esta assinada por um escritório de advocacia criminal, Bezerra Coelho disse que “manifesta confiança no trabalho das autoridades que conduzem o processo investigatório e continua, como sempre esteve, à disposição para colaborar com os ritos processuais e fornecer todas as informações que lhe forem demandadas; inclusive, de documentos que poderiam ter sido solicitados diretamente ao senador, sem qualquer constrangimento.”