Genil Mata da Cruz (PP), de 39 anos, era filho de um dos empresários mais ricos – e também um dos mais polêmicos – do Leste mineiro, Gentil Mata da Cruz, de 65. Em 2006, Gentil foi convocado para depor no Congresso Nacional, na CPMI da Emigração Ilegal, sob suspeita de ser um dos financiadores de viagens de moradores de Governador Valadares para os Estados Unidos. Na véspera do depoimento, porém, partiu para Itália com Genil e deu o bolo na CPI.

Dois anos depois, o empresário foi eleito vice-prefeito de Mantena (2009-2012). Na disputa seguinte, em 2012, foi a vez de Genil ser eleito para comandar a Prefeitura de Central de Minas (2013-2016), terra natal da família. No mesmo ano, o pai tentou se eleger prefeito de Mantena, mas o registro da chapa foi indeferido pela Justiça Eleitoral, por problemas nas contas do município. A família é dona de postos de gasolina, transportadora e empreendimentos comerciais em todo o Leste do estado.

Casado, pai de três filhos, Genil entrou em conflito com o Movimento dos Sem-Terra (MST) depois que uma de suas propriedades, em Tumiritinga, foi ocupada por cerca de 100 famílias. No sábado, a Polícia Militar registrou ocorrência na área ocupada: integrantes do MST relataram ter sido alvo de tiros e bombas, mas ninguém ficou ferido. No local, foi encontrada um veículo com a cabine revestida com placas de ferro.

Apesar de novato na política, Genil tinha uma carreira considerada promissora na região. No início do ano, foi eleito presidente da Associação dos Municípios da Microrregião do Leste Mineiro (Assoleste). (Colaborou Luiz Fernando Motta).