Rio de Janeiro - O Ministério Público do Rio entrou com uma ação civil pública pedindo bloqueio de bens da ex-deputada estadual Janira Rocha (PSOL), acusada de empregar funcionários fantasmas em seu gabinete e obrigar seus servidores a entregarem parte dos seus salários. Janira vai responder por improbidade administrativa. Duas funcionárias do gabinete que ajudavam a ex-deputada no esquema ilegal, Christiane Gerardo Neves e Maria Beatriz Lugãos Rios também são rés na ação.
A ex-deputada já foi investigada por sindicância interna da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj), por quebra de decoro parlamentar. Na investigação, foram ouvidos ex-assessores, que relataram que a nomeação para cargos estava condicionada à aceitação da "cotização".
Segundo informações do MP, a ação civil pública pede à Justiça ainda a quebra do sigilo bancário e fiscal das três acusadas. Procurada pela reportagem, a ex-deputada Janira Rocha não foi encontrada para comentar o caso.
Janira vive crise interna com o próprio diretório regional do partido. Nas eleições do ano passado, diante das acusações que agora viraram denúncia do MP, ela foi impedida de fazer campanha no rádio e na TV. Outros desentendimentos são relativos à defesa de partidários como o deputado federal Cabo Daciolo, que, defensor de militares e evangélico, apresentou uma Proposta de Emenda Parlamentar pedindo que a Carta diga que "todo poder emana de Deus". Ele acabou expulso do PSOL em maio deste ano.
Em 2013, a Polícia Federal abriu um inquérito contra a ex-deputada, a pedido do Ministério Público Federal, para apurar o débito de R$ 8,9 milhões com a Previdência, iniciado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, Trabalho e Previdência do Estado do Rio de Janeiro (Sindsprev-RJ) quando Janira era sua secretária de Finanças.