Apesar dos esforços do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que as convergências entre PT e PMDB sejam ressuscitadas, o caminho peemedebista para 2018 se mostra cada vez mais distante dos petistas. “Estamos abertos para todas as alianças, com todos os partidos”, completou Temer. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-RN), por sua vez, disse que a atual aliança com o PT é “circunstancial” e que o governo já está avisado que o PMDB terá candidato próprio nas próximas eleições presidenciais.
Também presente ao evento, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi de uma lógica cristalina. “O PMDB faz parte de uma aliança, mas sabe que quer buscar, em 2018, o seu caminho, que não é com essa aliança (com o PT)”, ressaltou o presidente da Câmara.
Cunha é um dos que defendem o desembarque imediato. O ministro Padilha, no entanto, dá um prazo mais longo: após as eleições municipais do ano que vem. Mas a separação parece inexorável.
SUCESSÃO Mas há quem acredite ser necessário muito mais do que está sendo feito atualmente pelo PMDB. A própria situação de Paes como um candidato natural é questionável. “A Olimpíada é uma boa vitrine. Mas ele (prefeito do Rio) deixa o mandato ao fim de 2016. Vai ficar sem cargo falando só de um evento que ele organizou?”, avaliou o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), lembrando que ainda é preciso saber se Paes terá força para eleger o sucessor – o nome provável é do secretário municipal da Casa Civil, Pedro Paulo Carvalho Teixeira.
Além disso, Vieira Lima afirma que o PMDB precisa, além de nomes nacionais, ter um projeto de governo para o país e uma plataforma de campanha. E isso passará, inevitavelmente, pelas ações que a legenda será capaz de tomar ao longo dos três anos e meio. “O Brasil passa por uma crise, mas não é Venezuela. Não podemos deixar uma economia com o tamanho da nossa sangrando esse tempo todo”, defendeu Vieira Lima.
Com agências.