Formado em 2006, Tiago é influente no órgão dirigido pelo pai, embora não atue formalmente nos processos que seu escritório mantém na corte - outros advogados atuam nos autos. Conforme autoridades do TCU, Tiago circula por gabinetes discutindo processos e a montagem de equipes nomeadas pelo pai.
A atuação de Tiago está sob suspeita desde a delação do dono da UTC, Ricardo Pessoa, na Operação Lava-Jato. Ele disse ter pago R$ 1 milhão ao advogado para que um processo da empreiteira fluísse conforme seus interesses. Segundo o Ministério Público Federal, há indícios não comprovados de que o dinheiro seria repassado ao relator do caso, ministro Raimundo Carreiro. Diante das suspeitas de tráfico de influência e corrupção, o STF autorizou buscas em imóveis de Tiago.
'Das arábias'
A joia mais cara do patrimônio imobiliário do advogado é uma chácara de 10 mil m² no Lago Sul. Foi adquirida por R$ 7,2 milhões em 2013 e abrigava uma mansão de 1,5 mil m². A compra foi fechada com Sultan Rashed Sultan Alkaitoob, embaixador dos Emirados Árabes Unidos no Brasil, e o imóvel foi registrado em nome da Cedraz Administradora de Bens próprios.
No mercado de Brasília, a aquisição é considerada um "negócio das arábias", ante a possibilidade de que a área seja loteada para um condomínio. Conforme fonte que participou da negociação, o presidente do TCU foi pessoalmente à embaixada buscar as chaves. O imóvel, que chegou a ser posto à venda por R$ 12,5 milhões, não tem mais construção.
Na Asa Sul, desde 2013 Tiago fechou a compra de dois apartamentos de 250 m² num mesmo prédio, por quase R$ 6 milhões. Um deles foi comprado pelo próprio advogado, com financiamento de cinco anos, e outro pela empresa. A Cedraz Administradora tem capital de R$ 20 milhões e, até abril, figurava na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) como dona de um Cessna, hoje em nome de outra empresa.
Tiago disse que os bens estão declarados e são "compatíveis com a atuação destacada do advogado, cujo escritório, com mais de 35 mil processos em todos os ramos do direito, é um dos mais procurados e respeitados de Brasília". Ele afirma que a mãe tem R$ 1 mil em cotas da Cedraz Administradora e que só figura como proprietária pela imposição legal de haver no mínimo dois sócios em uma empresa limitada. .