Em resposta ao balanço do semestre apresentado na manhã desta quinta-feira, pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), opositores dele ligados a PT, PSOL e PSB apresentaram uma outra avaliação e disseram que o peemedebista conduziu um processo de "retrocesso" na Casa.
Ao passo que Cunha afirma ter votado 53,8% mais proposições que seu antecessor, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), atual ministro do Turismo, e comemora aprovação de temas como redução da maioridade penal e reforma política, parlamentares contrários a ele apontaram uma série de críticas.
Na lista de pontos negativos elencados pelos deputados, está o fechamento das galerias a manifestantes, a blindagem de depoentes que supostamente o comprometeriam na CPI da Petrobras, as manobras regimentais para atender a seus próprios interesses e a intenção de construir o "Parlashopping", um anexo à Câmara que, além de gabinetes, teria praça de alimentação e lojas.
Servidores e cargos comissionados insatisfeitos com Cunha também participaram do ato dos opositores no Salão Verde. Eles protestaram contra a obrigatoriedade de ponto biométrico, o que engessa seus horários, que, na prática, seguem o ritmo dos trabalhos em plenário.
"Cada vez mais gente fica perplexa com o comportamento do presidente, com a maneira autoritária de conduzir a Casa", disse Alessandro Molon (PT-RJ). "Quem se fortalece com isso (postura adotada por Cunha) não é a Câmara. É única e exclusivamente ele", afirmou o petista.
"Tem gente aí com encontro marcado com a Lava Jato e o jato pode ser forte", disse o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ).
Mais cedo, ao ser questionado sobre o protesto que seria feito por seus opositores, Cunha já havia qualificado a manifestação de "choro de perdedor". "Será então que sou ditador e todo mundo concorda com minha ditadura? Isso é choro de perdedor", afirmou o peemedebista.