A Procuradoria da República no Distrito Federal abriu um procedimento investigatório criminal (PIC) para investigar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a construtora Odebrecht.
A suspeita é de que a Odebrecht teria obtido vantagens com agentes públicos de outros países por meio de influência do ex-presidente Lula. Reportagem do jornal O Globo revelou recentemente que o ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Alexandrino Alencar acompanhou o ex-presidente Lula em um périplo por Cuba, República Dominicana e Estados Unidos, em janeiro de 2013.
A empresa teria pagado as despesas do voo do ex-presidente, mesmo não sendo uma viagem de trabalho para a empreiteira. No documento do voo, está registrado como "passageiro principal: voo completamente sigiloso." A empreiteira é uma das investigadas na Operação Lava Jato.
De acordo com a Procuradoria, no último dia 8 uma ação preliminar de investigação foi convertida em um processo formal de investigação. Com isso, investigadores podem usar de todos instrumentos investigatórios - incluindo ações invasivas como busca e apreensão, quebra de sigilo, etc - para apurar suposta prática de tráfico de influência internacional cometida pelo ex-presidente Lula com a Odebrecht.
A Odebrecht é alvo de outras investigações em curso. No mês passado, o ex-diretor-presidente da construtora Marcelo Odebrecht foi preso na 14ª Fase da Operação Lava Jato. Além de Marcelo, Alexandrino Alencar também foi preso pela PF.
A investigação está a cargo do Ministério Público Federal e é conduzida pela procuradora Mirela Aguiar. A conversão de uma notícia de fato em uma ação equivalente a um inquérito ocorreu na semana passada. Contudo, como não há participação da Polícia Federal e do Judiciário, o procedimento não é chamado formalmente de inquérito pela Procuradoria.
Reportagem da revista Época de maio revelou a existência de uma investigação apontando supostas vantagens econômicas obtidas da empreiteira Odebrecht pelo ex-presidente Lula entre os anos de 2011 a 2014.