São Paulo, 16 - Mensagens interceptadas pela Polícia Federal no celular do ex-presidente da OAS, José Aldemario Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro e preso da Operação Lava Jato acusado de participar do esquema de cartelização de obras e pagamento de propinas em contratos na Petrobras revelam que um assessor do deputado federal Celso Russomanno (PRB) procurou o empreiteiro um ano antes da eleição de 2014 "para falar sobre apoio". O parlamentar foi o deputado federal mais votado em São Paulo, com mais de 1,5 milhão de votos, e já se apresenta como candidato do partido à Prefeitura de São Paulo nas eleições de 2016.
Na mensagem, Marcos Ramalho, que é funcionário da OAS, avisa que foi procurado por Odilon Manoel Ribeiro, assessor jurídico de Russomanno nas eleições de 2014, para falar com o dono da empreiteira sobre "apoio" ao parlamentar. Ramalho se dirige ao patrão como "Dr Leo" - José Aldemario Pinheiro Filho é conhecido como Leo Pinheiro.
"Dr Léo, ligaram para o senhor hoje: dr Odilon - assessor de C. Russomanno. Recado: para falar sobre apoio", escreveu Ramalho ao empreiteiro, na mensagem de texto enviada no dia 12 de julho de 2013.
A OAS não aparece como doadora da campanha de Russomanno em 2014 na prestação de contas apresentadas por ele à Justiça Eleitoral.
Procurado, Odilon Manoel Ribeiro disse que "nunca conversou" com o presidente da OAS e que só conhecia Léo Pinheiro pela imprensa.
"Conheço (Léo Pinheiro) de ouvir falar. Nunca estive com ele. Só conheço ele pela imprensa. Nunca conversei com ele, nem por telefone", afirmou o assessor de Russomanno. A reportagem também procurou o deputado, mas não obteve respostas até a noite desta quinta-feira, 16.