No Dia de Minas, comemorado tradicionalmente em Mariana, primeira capital do estado, o governador Fernando Pimentel (PT) repetiu um bordão de campanha e voltou a fazer críticas à gestão tucana, que ficou à frente do estado por 12 anos. Pimentel disse ter recebido o estado em “situação financeira calamitosa”. “Cuja maior expressão é o déficit de R$ 7 bilhões registrado no orçamento aprovado pela Assembleia Legislativa.” Além disso, o governador disse que herdou um “quadro administrativo não menos assustador, que se manifesta nas mais de 500 obras paralisadas, que se manifesta nos mais de 2.600 processos de licenciamento igualmente parados. Isso para não mencionar a grave situação das prisões, com excesso de presos em relação ao número de vagas, e os atrasos constantes no envio de medicamentos para os municípios do nosso estado”.
Pimentel repetiu ainda uma frase muito dita por ele durante a campanha eleitoral de que “Minas não tem dono”. “Como eu disse, mais de uma vez e quero repetir aqui no solo sagrado dos inconfidentes, Minas não tem dono, não tem rei, não tem imperador. Soberano aqui é o povo de Minas.”
O governador estava acompanhado do vice-governador Antônio Andrade (PMDB) e do ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, orador oficial da cerimônia. O ministro, que já teve alguns desentendimentos com Pimentel durante a campanha pela Prefeitura de Belo Horizonte, em 2012, foi alvo de diversos elogios do governador, que quebrou o protocolo das cerimônias oficiais e deixou para Patrus o discurso de encerramento. Naquela eleição, Pimentel defendeu o apoio à reeleição de Marcio Lacerda (PSB), mas um racha no PT acabou transformando, na última hora, Patrus candidato a prefeito. Na eleição do ano que vem, o nome do ministro é defendido novamente por uma ala petista para a disputa pela PBH.
Patrus também não poupou elogios ao governador e chamou de histórico o acordo fechado pelo governo com os professores. Também defendeu os governos Lula e Dilma Rousseff e disse que a oposição “não admite avanços notáveis” na área social, com a instituição de programas como o Bolsa-Família, Fome Zero e o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar. O ministro criticou os que pedem o afastamento da presidente. “Esses críticos tampouco se incomodam com os riscos e desafios a que são expostos os direitos constitucionais, como a presumibilidade de inocência e o direito de defesa.”