O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), usou as redes sociais para chamar os seguidores para um "aplausaço" no horário de seu pronunciamento em rádio e televisão, às 20h25 desta sexta-feira, 17. "Hoje às 20h25 o Presidente da Câmara, Deputado Eduardo Cunha, fará um pronunciamento em rede nacional, e as demonstrações de apoio já começaram", diz a postagem publicada nesta tarde, acompanhada das hashtags #EquipeCunha #CamaraIndependente #DemocraciaForte #CunhaPresidente #CunhaMeRepresenta.
Ainda na declaração de ontem à imprensa, Cunha chegou a ironizar possíveis protestos e disse que ficaria "muito feliz" com um panelaço, pois isso significaria que o PT estaria liderando o movimento contra ele, o que poderia dar mais destaque ao pronunciamento. "Será um PTzaço", brincou.
No post, Cunha aproveita para criticar o governo, com quem rompeu nesta manhã. "Um político que escuta a voz das ruas e busca pôr em prática a vontade do povo acaba incomodando aqueles que colocam interesses próprios acima das demais vozes. Atitudes admiráveis merecem todos os nossos aplausos. E nos dias de hoje, quem consegue se manter firme a tudo que propôs antes de ser eleito, merece ainda mais", complementa a postagem.
Vinte minutos após o apelo pelo "aplausaço" nas redes, a postagem de Cunha contava com mais de 1,5 mil curtidas e 262 comentários, a grande maioria de apoio e com mensagens antipetistas.
Há algumas comunidades chamando para protestos no horário do pronunciamento. Uma delas "#CunhaNãoMeRepresenta", que pede apitaços e buzinaços, conta com 10 mil pessoas convidadas e 2,7 mil confirmações até o momento.
Em coletiva de imprensa hoje, Eduardo Cunha disse que se desloca "pessoalmente" na oposição - o PMDB continua integrando o governo. Após a polêmica, seu nome tem figurado entre os temas mais comentados nas redes. No Twitter, a hashtag #CunhaNaCadeia, que faz uma ironia com o pronunciamento e o fato de ele estar sendo investigado na Lava Jato, figura entre os assuntos mais comentados (Trending Topics) no Brasil.
Nesta quinta-feira, vazou a delação do lobista Julio Camargo, segundo a qual Cunha teria pedido propina de US$ 5 milhões para si, referentes a contratos de navios-sonda da Petrobras. O presidente da Câmara tem se dito vítima de uma retaliação do governo e acusado o Planalto de interferir no poder Legislativo.