Brasília, 17 - O líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), reforçou a posição do Palácio do Planalto e cobrou uma "postura republicana" do agora ex-aliado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à frente da presidência da Câmara.
"Eu acho que o cargo de responsabilidade que ele ocupa vai exigir dele uma postura republicana, independentemente das questões pessoais", disse o petista.
Para Delcídio, Cunha tomou uma posição pessoal ao romper com o governo da presidente Dilma Roussseff e precisa saber separar isso do campo político.
Em nota, o Planalto afirmou que o governo espera que a postura adotada pelo peemedebista "não se reflita nas decisões e nas ações da presidência da Câmara que devem ser pautados pela imparcialidade e pela impessoalidade".
Logo após Cunha ter declarado que faria oposição ao governo, o líder petista procurou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para conversar.
Pela manhã, Renan havia cancelado uma entrevista coletiva em que faria um pronunciamento sobre o semestre legislativo. No balanço divulgado à imprensa, o peemedebista fez críticas ao governo, mas num tom bem mais moderado que o de Cunha.
A postura de Renan foi vista por integrantes da base aliada como um gesto de que ele, pelo menos por enquanto, não vai levantar a bandeira da oposição como fez Cunha.