"Panelaço" contra Cunha durante pronunciamento tem pouca adesão em BH

Foram registrados alguns pontos de protesto. A maioria das manifestações contrárias ao peemedebista ocorreu nas redes sociais

Marcelo Ernesto
- Foto: Reprodução

O pronunciamento do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), provocou protestos pontuais em alguns bairros de Belo Horizonte. A fala de Cunha, exibida em cadeia nacional de rádio e TV, na noite desta sexta-feira, levou os contrários à sua gestão a bater panelas em contraposição à figura dele.  O barulho foi ouvido nos bairros Castelo, na Região da Pampulha; Cidade Nova, na Nordeste, e Floresta, na Região Leste. No entanto, o principal foco de protestos foram as redes sociais. O tuitaço contra o peemedebista ficou no topo de assuntos comentados no Twitter com a hastag #CunhanaCadeia.

À tarde, Cunha usou as redes sociais para chamar os seguidores para um "aplausaço" no horário de seu pronunciamento. O perfil dele no Twitter chegou a sugerir o uso de das hashtags #EquipeCunha #CamaraIndependente #DemocraciaForte #CunhaPresidente #CunhaMeRepresenta, mas a iniciativa teve efeito contrário.

No programa, que deve duração de cinco minutos, Cunha fez um balanço do primeiro semestre de sua gestão. Em sua fala,  afirmou que tem seguido o que a população espera da Casa Legislativa. “As demandas da sociedade estão pautando o trabalho, com respostas mais rápidas para problemas mais urgentes”, disse.
Ele enumerou alguns dos projetos que estiveram na pauta de votações dos deputados, como a reforma política e direitos do trabalhador. Matérias polêmicas, porém, como a aprovação da redução da maioridade penal, aprovada em primeiro turno, não foram citadas.

O programa ainda apresentou números da gestão de Cunha, como o aumento da aprovação de projetos na Casa, que teria subido 270%, além da quantidade de reuniões em comissões, 60% maior. Ele ainda afirmou que o país “vive uma crise”, mas que a Câmara está “atenta à governabilidade”.

O presidente da Câmara veio a público no mesmo dia em que oficializou seu rompimento pessoal com o governo da presidente Dilma Rousseff (PT). A posição de Cunha em relação ao governo tem como pano de fundo a acusação feita pelo lobista Júlio Camargo de que o peemedebista teria cobrado US$ 5 milhões de propina em esquema de corrupção envolvendo contratos da Petrobras. Cunha acusa o governo federal de orquestrar, com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o envolvimento dele na Operação Lava-Jato.

O Palácio do Planalto afirmou em nota, na tarde desta sexta-feira, que espera que a posição de Eduardo Cunha “não se reflita nas decisões e nas ações da Presidência da Câmara, que devem ser pautadas pela imparcialidade e pela impessoalidade”..