Em seu pronunciamento, Cunha lembrou a história da fundação de Brasília, disse que a capital foi inaugurada para os três poderes viverem em harmonia. "Mas quatro anos depois, infelizmente, o Brasil tornou-se uma ditadura e a independência dos poderes acabou", disse. "Só recentemente o Judiciário e o Legislativo recuperaram sua independência e o equilíbrio entre os poderes".
Cunha disse ainda que a Câmara "independente" de hoje é um poder com muito mais iniciativa. "Estamos dando respostas urgentes, a população não aguenta mais esperar", disse. Convocado como justificativa de prestar contas do trabalho da Câmara, Cunha afirmou que são as principais demandas da sociedade que pautam os trabalhos e destacou votações recentes como a redução da maioridade penal e a reforma política. "Nossas pautas beneficiam as pessoas simples", disse.
Em seu balanço, Cunha lembrou a aprovação do fim do fator previdenciário e disse que a medida teve apoio "significativo" de parte das centrais sindicais e foi feita em benefício do trabalhador. Ele citou ainda que a Câmara aprovou o fim da reeleição e a redução das campanhas eleitorais, apesar das pauta ainda não ter sido concluída.
Cunha convidou os brasileiros a acompanharem o trabalho da Câmara e disse que "os problemas do presente não são nossa única tarefa".
Rompimento
Um dia depois que veio a público, o depoimento do lobista Júlio Camargo, que acusa o peemedebista de cobrar US$ 5 milhões em propinas, Cunha anunciou seu rompimento pessoal com o governo. "Eu, como político e deputado do PMDB, e não como presidente da Câmara, vou pregar no congresso do PMDB, em setembro, que o PMDB saia do governo. Eu, pessoalmente, a partir de hoje, me considero com um rompimento pessoal com o governo", disse Cunha, em coletiva.
Em nota divulgada nesta tarde, o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), informou que a bancada do partido na Casa só definirá na volta do recesso parlamentar se acompanha ou não o presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no rompimento com o governo..