Segundo fontes, em conversa na quinta-feira passada, Cunha teria alertado Temer que o nome do vice-presidente também poderia aparecer nas delações premiadas. "Quero desmentir as notas que estão em colunas de revistas sobre suposta conversa minha com Michel Temer", afirmou, hoje, Cunha.
Ao voltar a se pronunciar publicamente sobre o rompimento com o governo, Cunha reafirmou que a decisão foi "pessoal". "Não busquei e nem vou buscar apoio para isso, a não ser o debate na instância partidária competente. (...) Falei que ia defender (o rompimento) no Congresso do PMDB", escreveu.
O peemedebista afirmou também que não buscou e não vai buscar apoio fora do PMDB. Argumentou que cada partido tem e terá a sua postura dentro da sua lógica.
O presidente da Câmara negou que exista uma pauta revanchista e contra o governo petista, apesar das decisões de ontem a respeito da discussão do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. "Não existe pauta de vingança e nem pauta provocada pela minha opção pessoal de mudança de alinhamento político", escreveu Cunha, ao reafirmar que vai continuar trabalhando com independência e harmonia entre os poderes.
"Não tenho histórico de ajudar a implementar o caos na economia por pautas que coloquem em risco as contas públicas", disse. O Congresso Nacional entrou hoje em recesso sem concluir a apreciação de projetos como o das desonerações sobre a folha de pagamento e a chamada reforma do ICMS. Ambas propostas são vitais para a tentativa de se aproximar da meta de superávit primário, coordenada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Cunha afirmou que seus advogados vão ingressar com uma reclamação no STF contra o fato de ele ser citado em um processo que transcorre na Justiça do Paraná. "Quanto ao juiz do Paraná, ele não poderia dar curso à participação minha, como detentor de foro (privilegiado)", escreveu. "Por várias vezes em oitivas, ele (o juiz Sérgio Moro) interrompia as testemunhas e dizia que não podia tratar de quem tinha foro de STF. Ao que parece ele mudou. E quanto a isso meus advogados ingressarão com reclamação no STF.".