A Polícia Federal indiciou, na noite de domingo, nove pessoas por corrupção ativa, fraude em licitação, lavagem de dinheiro e crime contra a ordem econômica.
Os indiciados são o presidente da empreiteira Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, quatro ex-executivos e funcionários da empresa e quatro lobistas. Entre outras coisas, o delegado Eduardo Mauat, da Operação Lava-Jato, destacou, em relatório parcial enviado à 13ª Vara Federal de Curitiba, que o empreiteiro vendeu uma lancha para o lobista Fernando “Baiano” Soares, que é ligado ao PMDB, segundo os investigadores. Baiano passou a operar para a Andrade Gutierrez a partir de 2008 e 2009, de acordo com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
Em nota, a empreiteira Andrade Gutierrez informou que não tem ou teve qualquer relação com os fatos investigados pela Lava-Jato. Em um dos trechos, a construtora relata que sempre esteve à disposição das autoridades para colaborar com as investigações para esclarecer as dúvidas. “A empresa reitera que nunca participou de formação de cartel ou fraude em licitações, assim como nunca fez qualquer tipo de pagamento indevido a quem quer que seja. A empresa reafirma ainda que não existem fundamentos ou prova que justifiquem a prisão e o indiciamento de seus executivos e ex-executivos”, diz a nota.
Até a meia-noite, a PF deveria liberar o relatório da Odebrecht. A expectativa era de que o presidente da construtora, Marcelo Odebrecht, fosse indiciado.
Após a entrega desse relatório, o Ministério Público Federal tem cinco dias para analisá-lo e apresentar a denúncia – o que deve acontecer na próxima sexta-feira.
Em seguida, o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal, vai decidir se aceita o pedido do MPF. Se ele aceitar a denúncia, os empreiteiros viram réus e passam a ser formalmente acusados pela prática dos crimes..