Um dos aliados mais próximos do senador, o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG) concorda com a avaliação sobre o abandono de Dilma por Lula. Para Pestana, o isolamento é tanto que não se vê saída para a presidente. “Está engolfada na maior crise institucional, uma coisa interminável”, afirmou.
A fala do senador recebeu também apoio do líder do DEM na Câmara dos Deputados, Mendonça Filho (PE). “Concordo que Dilma não tem o que apresentar. Ela está atravessando um momento de grande adversidade, não tem o que mostrar (ao país). Vai encontrar uma população hostilizando-a e protestando em todos os lugares. Acho que o Lula está desconectado com a realidade”, disse.
Parlamentares governistas, no entanto, tentaram minimizar as críticas. O líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), por exemplo, discorda do tucano. “É natural que um presidente ande pelo país. Isso independe de qualquer situação. Em função até dos compromissos que o presidente cumpre nas várias regiões. Isso é normal, estranho seria se um presidente não percorresse os estados.” Ele ainda rebateu a declaração de que Dilma mentiu na campanha. “Se você tem um governo com seis meses, é prematuro falar que houve mentira. Ainda há três anos e meio pela frente.”
O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), também discorda de que o conselho de Lula consista em uma forma de prejudicar Dilma. “Acho que a presidente do país, com boa popularidade ou não, tem que andar o Brasil.
‘CRIMES’ Na entrevista, Aécio disse ainda que o governo cometeu crimes que estão sendo analisados pelos respectivos tribunais e que, por ora, “não há condições para o impeachment”, mas que isso não significa que não chegue um momento em que esses requisitos venham a existir. O deputado Marcus Pestana endossa a análise do colega tucano: “O impeachment não é objetivo, é consequência”. Pestana diz que a oposição só aceitaria a saída de Dilma pelas vias legais, sem caráter de golpe, como a rejeição de contas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pelo Congresso, com uma condenação por abuso de poder econômico no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ou baseado em provas contra a petista na Operação Lava-Jato. Já Eunício Oliveira diz que o partido não participará de “nada que pareça um golpe de Estado”, e ressaltou que baixa popularidade não é elemento para se afastar a presidente.
Repercussão em Portugal
O periódico português Jornal de Notícias repercutiu a entrevista de Aécio Neves ao EM/Correio. A versão on-line da publicação destacou as críticas do senador ao aparelhamento do Estado por parte do PT. “‘Não perdi para um partido político.
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