Brasília – O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, entregou ao Tribunal de Contas da União (TCU), no fim da tarde de ontem, a defesa do governo no processo que aponta 13 irregularidades que violam determinações da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O relator do caso, ministro Augusto Nardes, afirmou que a corte fará uma análise criteriosa das ponderações feitas pela presidente Dilma Rousseff. “Vai ser uma decisão técnica, e o Congresso vai fazer uma avaliação política. Mas não tenho como dizer o que vai acontecer no Legislativo”, afirmou.
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AGU protocola defesa de Dilma sobre 'pedaladas fiscais' no TCUAdams espera que debate com TCU sobre 'pedaladas' seja 'eminentemente técnico'Questionamento do AGU ao STF deve ser discutido antes pelo TCU, defende ministroAo deixar o tribunal, Adams disse acreditar que os argumentos do governo serão suficientes para que as contas sejam aprovadas. Mesmo em caso de reprovação, sustentou, não haveria base para uma proposta de impeachment da presidente. “A ideia não cabe em hipótese nenhuma. Você não cassa um mandato baseado nas contas do governo.
O advogado-geral acrescentou que o processo de “aprovação e reprovação de contas, no Brasil, nunca resultou em nenhum processo de cassação”. “Isso é uma desproporção”, sustentou. Segundo Adams, o processo preocupa o governo pela importância do tema, já que se busca ter maior segurança jurídica nas decisões tomadas pela administração pública.
De acordo com Adams, o governo espera que a análise do TCU não seja política. “O tribunal tem se notabilizado pelas preocupações de aperfeiçoamento técnico. Eu acredito que ele vá ter esse cuidado. Um tribunal que se paute por decisões políticas deixa de cumprir sua função.
Nardes preferiu não adiantar qual poderá ser a decisão do TCU, mas fez questão de destacar o papel do tribunal. “Nós, que somos os guardiões da Lei de Responsabilidade Fiscal, vamos fazer todo o possível para que essa lei seja cumprida. Teremos o cuidado e o critério para que a justiça seja estabelecida pela nossa corte de contas”, afirmou. De acordo com o ministro, o TCU não tem prazo para decidir. “Não tenho expectativa. Vou estabelecer prioridades, vou propor urgência para a unidade técnica, mas não posso estabelecer uma data, porque são aproximadamente mil páginas e é preciso uma análise muito criteriosa”, disse.
Na defesa, o Executivo argumenta que tem contratos de prestação de serviços com as instituições, e não operações de crédito. De acordo com Adams, essa é uma prática conhecida do próprio TCU, uma vez que foi apontada também nas contas de 2012 e 2013, sem terem sido questionadas, na época. “Já existia um sistema de pagamentos da Caixa Econômica Federal.
O documento do Planalto foi produzido por diversas áreas do governo. Participaram da elaboração os ministérios da Fazenda e do Planejamento, a AGU, a Casa Civil e bancos, como a Caixa Econômica, o Banco do Brasil, o BNDES e o Banco Central..