Os deputados estaduais de oposição ao governo de Fernando Pimentel (PT), do Bloco Verdade e Coerência, da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, protocolaram junto à Procuradoria Geral da República uma representação por inconstitucionalidade da Lei Estadual n.º 21.720, de 14 de julho de 2015. A lei, da atual gestão petista, permite a utilização pelo Estado de recursos de depósitos judiciais em processos vinculados no Tribunal de Justiça do Estado (TJMG) para o custeio da previdência social, do pagamento de precatórios e da assistência judiciária, bem como a amortização da dívida com a União.
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Uso de depósitos judiciais não traz riscos para os envolvidos nas ações, diz Pimentel Se uso de depósitos judiciais for vetado, não se vota 'nada mais', diz líderPimentel sanciona lei para uso dos depósitos judiciaisAssembleia aprova em 2° turno projeto que permite ao estado usar depósitos judiciais Lei complementar sobre depósitos judiciais é sancionada com vetosDecisão de governadores atrasa sanção a projeto sobre depósitos judiciaisPGR questiona constitucionalidade da lei que permite uso de depósitos judiciais em MinasPrefeitos se preparam para buscar dinheiro na JustiçaGoverno de Minas discute com BB remuneração a ser paga sobre depósitos judiciaisPara o deputado Bonifácio Mourão (PSDB), um dos que assinaram a representação, a medida decretada pelo governador é "absurda e claramente inconstitucional, pois a norma prevê que os depósitos judiciais serão transferidos para conta específica do Estado." Os deputados informaram que dos R$ 8 bilhões que estão sob custódia do TJMG, aproximadamente R$ 6,5 bilhões são de ações que envolvem apenas particulares, R$585 milhões são de ações envolvendo as prefeituras, e apenas R$1,1 bilhão em ações que envolvem o Estado.
O líder de governo na Assembleia, deputado Durval Ângelo (PT), informou que o bloco Minas Melhor, da situação no legislativo mineiro, vai entrar em agosto com uma representação na Procuradoria contra o ex-governador do Estado Eduardo Azeredo (PSDB). "Azeredo admitiu ter usado os depósitos judiciais em sua gestão, nos anos de 1997 e 1998, em um momento de crise.
O petista ressaltou que, apesar de Pimentel ter feito tudo dentro da lei, com o aval do TJMG e discussões sobre o tema na assembleia, a oposição está "fazendo seu papel". "Mas do jeito que eles deixaram o Estado para nós - com déficit orçamentário de R$ 7,2 bilhões -, eles deveriam ajudar mais", declarou. .